No relatório mensal sobre o petróleo, a AIE insistiu que os fundamentos do mercado são menos favoráveis para manutenção da tendência altista do preço do barril, que chegou nos últimos meses a alcançar os 70 dólares, essencialmente devido à evolução dos Estados Unidos e, em particular, os depósitos de xisto.

Os autores do estudo aumentaram as suas expectativas sobre a procura de petróleo para uma média de 99,2 milhões de barris diários em 2018.

Isto significa 100.000 barris diários a mais do que tinham antecipado em janeiro, em linha com as perspetivas económicas mais favoráveis do Fundo Monetário Internacional (FMI).

Também sublinham que, com estes números, a subida do consumo mundial será de 1,4 milhões de barris suplementares por dia, comparativamente a 2017, quando o aumento foi de 1,6 milhões face a 2016.

Além disso, o aumento da extração de produtores que não pertencem à Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPE), em particular dos Estados Unidos, está no bom caminho para compensar o aumento da procura.

A esse respeito, a Agência Internacional de Energia sublinhou que até novembro e em apenas três meses os Estados Unidos aumentaram em 846.000 barris diários a sua produção, um número “colossal” que levará o país “em breve” a superar a Arábia Saudita e “para finais deste ano” poderá também tornar-se “o número um” mundial, acima da Rússia.

Por trás desta evolução está a redução radical dos custos de produção das empresas que operam nos Estados Unidos, que foi incentiva pelo aumento do preço do barril.

A AIE estima que a subida anual do bombeamento de crude nos Estados Unidos poderá ser equivalente a 1,4 milhões de barris diários.

Por outro lado, as reservas industriais de petróleo dos países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) registaram em dezembro a maior queda mensal desde fevereiro de 2011, de 55,6 milhões de barris, para 2.851 milhões de barris.

Os autores do estudo salientaram que os equilíbrios do mercado petrolífero podem mudar nos próximos meses com a deterioração da situação na Venezuela, que em dezembro e janeiro produziu unicamente 1,61 milhões de barris diários, muito abaixo do que autoriza o acordo da OPEP.

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