No estudo internacional, coordenado pelo investigador Víctor Resco de Dios, da Universidade de Lérida, participaram também investigadores da Universidade Nacional de Educação à Distância, da Austrália, e da Universidade holandesa de Utrech.

A Europa perdeu mais de três milhões de hectares de bosques mediterrânicos nos últimos 15 anos, segundo dados do “Joint Research Centre” da União Europeia (Centro Comum de Investigação) recolhidos para o estudo.

O aumento das temperaturas, a falta de chuva e as secas, consequências das alterações climáticas, vão favorecer a propagação de incêndios florestais.

No ano passado em Portugal arderam mais de 200.000 hectares, o valor mais elevado dos últimos 10 anos e em Espanha arderam cerca de 175 mil hectares, o que tornou 2017 o pior ano de incêndios também na última década.

A transformação do regime de incêndios provocará episódios de desflorestação em grande escala que mudarão profundamente a estrutura da vegetação nos próximos anos.

“Já estamos a observar uma transformação nas características destes fenómenos”, disse Resco de Dios, citado pela agência de notícias Efe.

E exemplificou com os incêndios em bosques de média montanha, que tradicionalmente eram de baixa intensidade e fáceis de apagar e que estão a adquirir hoje uma intensidade que pode “superar a capacidade de extinção”.