Estas foram em síntese as principais mensagens deixadas por António Costa, numa conferência de imprensa em que salientou que nestas eleições autárquicas o PS conseguiu ainda mais presidências de câmaras e mais votos do que em 2013.

Questionado sobre a possibilidade de o Governo ser mais pressionado pelo PCP a partir de agora, depois de a CDU ter perdido várias câmaras para os socialistas, António Costa recusou esse cenário e essa leitura dos resultados eleitorais: "Há claramente um derrotado nestas eleições, que é o PSD".

"Procurar outros derrotados é procurar disfarçar a leitura essencial que há a retirar destas eleições. Há uma vitória do PS e, com a vitória do PS, há um reforço da mudança que no quadro parlamentar foi iniciada há dois anos", declarou o líder socialista, que se encontrava ladeado pelo presidente do seu partido, Carlos César, e pela secretária-geral adjunta, Ana Catarina Mendes.

Logo na sua declaração inicial, o líder socialista fez questão de retirar os parceiros parlamentares do PS - o PCP, o Bloco de Esquerda e o PEV - do grupo de potenciais dos derrotados da noite eleitoral.

"Este resultado reforça o PS, mas reforça, sobretudo, e dá força à mudança que no quadro da maioria parlamentar se iniciou há dois anos e que permitiu uma mudança de política com uma mudança de resultados. Esta mudança sai reforçada destas eleições, dando força à continuidade para assegurar-se uma política que aposta na reposição de rendimentos, na criação de melhores condições de investimento, na continuada redução da taxa de desemprego e na gradual redução do défice e da dívida para a consolidação das finanças públicas ", disse.

António Costa procurou em seguida destacar a subida do PS face à sua anterior vitória autárquica de 2013, em comparação com os resultados do PSD e CDS.

"A vitória do PS não é a derrota de nenhum dos seus parceiros parlamentares. Há quatro anos ficámos 3,5 pontos percentuais acima do conjunto da direita, mas agora estamos pelo menos dez pontos percentuais à frente da direita", apontou.

Em relação a perdas de câmaras municipais por parte dos socialistas nestas eleições, o secretário-geral do PS disse que foram sobretudo para candidaturas independentes.

"Muitos deles anteriores autarcas do PS que internamente não foram escolhidos para serem nossos candidatos. Nesses casos os eleitores sobrepuseram-se à nossa própria avaliação", reconheceu o líder socialista.

Na fase de perguntas aos jornalistas, António Costa optou por procurar salientar a ideia de que, ao fim de dois anos de Governo, se "provou que valeu a pena a mudança" política em Portugal.

"Vamos ter este ano o maior crescimento económico desde o princípio do século e o menor défice orçamental pelo segundo consecutivo desde o início da nossa democracia. Estando neste momento a meio do caminho, sabemos que é necessário dar continuidade e força às políticas iniciadas há dois anos - e é isso que será feito já com o Orçamento do Estado para 2018", declarou.

Neste contexto, o líder socialista referiu que esse trabalho "é partilhado com muito orgulho com o PEV, com o PCP e com o Bloco de Esquerda".

"Assim iniciámos e assim continuaremos", completou.

Questionado sobre o processo de preparação do Orçamento do Estado, António Costa afirmou que se trata sempre "de um trabalho árduo, porque as necessidades são sempre ilimitadas e os meios são sempre finitos".

"Portanto, temos de fazer sempre um exercício de construção do Orçamento. Foi isso que fizemos em 2016, em 2017 e que iremos fazer em 2018, seguramente com tão bons resultados como aqueles que foram obtidos nos dois anos anteriores", acrescentou.