O primeiro-ministro falou à imprensa após mais de uma hora de reunião na Autoridade Nacional para a Proteção Civil. Ao lado da ministra da Administração Interna, António Costa revelou que o número de pessoas que morreram nos incêndios que estão em curso no país aumentou para cinco e que foi assinado um despacho de "declaração de calamidade pública".

Em declarações aos jornalistas no Comando Nacional de Operações de Socorro da Autoridade Nacional de Proteção Civil, em Oeiras, distrito de Lisboa, cerca das 02:30, António Costa acrescentou que o despacho de declaração de calamidade pública se refere aos distritos a norte do Tejo e permitirá assegurar a mobilização de mais meios, principalmente a disponibilidade dos bombeiros no combate aos incêndios.

"Foi assinado por mim e pela senhora ministra da Administração interna um despacho de calamidade pública em todos os distritos a norte do Tejo, tendo em vista criar as melhores condições da mobilização de meios e, em particular, para assegurar aos bombeiros voluntários os seus direitos a participarem nesta missão, assegurando a justificação das faltas nos locais de trabalho e dois dias de descanso por cada um em que estiverem a participar no combate aos incêndios", justificou o primeiro-ministro.

"Hoje foi um dia muito difícil", afirmou, e "vamos seguramente ter um dia muito dfícil amanhã" acrescentou, apesar das previsões meteorológicas permitirem "alguma esperança no litoral", mas mantendo-se severas para o interior.

O líder do Governo sublinhou que o dia de ontem [15 de outubro] se tratava do "pior dia de fogos desde 2006" com "523 incêndios no conjunto do país e, portanto, os meios foram esticados até aos limites".

Perante os jornalistas, o primeiro-ministro começou por apresentar condolências às famílias das vítimas, transmitindo "uma palavra de solidariedade para com todas as populações que têm estado a ser ameaçadas por um dia [de domingo] que foi devastador em todo o país". António Costa deixou depois também "uma palavra de alento aos mais de 12 mil operacionais que ao longo de todo o dia tentaram travar as chamas e aos mais de 6000 que ainda neste momento estão a travar as chamas".

Questionado sobre se a ministra da Administração Interna, que se encontrava ao seu lado, tinha condições para continuar no cargo, António Costa respondeu afirmativamente, "se assim não fosse não estava aqui". António Costa considerou depois "um bocado infantil essa ideia de que as consequências políticas são a demissão de ministros".

"A principal consequência política num Governo é fazer aquilo que falta fazer", contrapôs.

Interrogado se o Presidente da República não deixou implícita a defesa de mudanças no Governo como consequência política a retirar das tragédias ocorridas com incêndios florestais deste ano, o primeiro-ministro rejeitou essa interpretação. "Acho que não. Acho que os portugueses querem uma atitude madura", defendeu.

António Costa deu depois como exemplo de "atitude madura" o processo no parlamento que levou à constituição da Comissão Técnica Independente aos incêndios em Pedrógão Grande e Góis, cujo relatório foi divulgado na passada quarta-feira.

Porque o seu tempo é precioso.

Subscreva a newsletter do SAPO 24.

Porque as notícias não escolhem hora.

Ative as notificações do SAPO 24.

Saiba sempre do que se fala.

Siga o SAPO 24 nas redes sociais. Use a #SAPO24 nas suas publicações.