As audições, requeridas pelo PSD e pelo CDS-PP, foram aprovadas por consenso entre todas as bancadas na reunião da comissão, devendo ser ouvido em primeiro lugar o general Rovisco Duarte e só depois o ministro da Defesa, José Azeredo Lopes.

Os deputados coincidiram em classificar como "muito grave" o furto de material de guerra, em Tancos, detetado na passada quarta-feira, afirmando esperar que as audições possam realizar-se ainda na presente semana.

A audição ao ministro da Defesa deverá decorrer à porta aberta, mantendo-se a possibilidade de fechar a reunião à comunicação social se surgir algum motivo que o justifique.

Na reunião, o deputado do PSD Bruno Vitorino considerou que o furto nas instalações militares de Tancos é uma situação "sem paralelo" que afeta a credibilidade do país e que configura uma tipologia de crime "muito complexa com consequências inimagináveis".

Bruno Vitorino assinalou que "há dúvidas do ponto de vista político", considerando que o ministro "não desconhecia" a situação de fragilidade "já identificada na defesa dos Paióis" de Tancos.

O deputado criticou duramente o ministro da Defesa afirmando que "a cada dia que passa há mais dúvidas e os esclarecimentos são nenhuns".

A ausência de uma informação oficial sobre o furto de Tancos, Santarém, por parte do Governo ao parlamento, foi também notada pelo presidente da comissão, o social-democrata Marco António Costa, que no final disse que só não informou os deputados da comissão do ocorrido porque soube do caso pela comunicação social.

O furto foi também classificado como um caso de "enorme gravidade" pelo PS. O deputado socialista José Miguel Medeiros disse que a situação exige "todas as explicações, o apuramento de tudo o que se passou e a garantia de que foram tomadas todas as medidas necessárias para que não se volte a repetir".

Sugerindo que a audição do general Rovisco Duarte fosse realizada em primeiro lugar - sugestão acolhida por todos os grupos parlamentares - Miguel Medeiros defendeu que as audições devem ocorrer "esta semana".

"Esta é a prioridade do país", disse.

Para o BE, a situação "é gravíssima" e implica que devem ser apuradas todas as responsabilidades "custe o que custar e doa a quem doer", frisou o deputado João Vasconcelos, que apontou já algumas ilações.

"O Estado chegou a uma situação muito difícil que levou a uma decapitação dos serviços públicos, a uma decapitação das Forças Armadas pelo anterior governo", sustentou.

Do lado do PCP, o deputado António Filipe defendeu que a gravidade do furto demonstra "o estado de degradação a que as Forças Armadas foram conduzidas".

"É preciso apurar tudo o que for possível apurar e refletir sobre a situação de pauperização a que chegaram as Forças Armadas", defendeu, acrescentando que é preciso "refletir sobre as medidas a tomar para que situações enxovalhantes como esta não aconteçam".

O Exército divulgou quinta-feira passada o furto de material de guerra de dois paiolins dos Paióis Nacionais de Tancos, Santarém.

Na sexta-feira, o Exército acrescentou que entre o material de guerra roubado na quarta-feira dos Paióis Nacionais de Tancos estão "granadas foguete anticarro", granadas de gás lacrimogéneo e explosivos, mas não divulgou quantidades.

[Notícia atualizada às 17:31]

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