"Esta nova iluminação cénica vai permitir recentrar o aqueduto na vida noturna da cidade e valorizar esse elemento patrimonial de grande importância" da cidade, afirmou à agência Lusa o vereador da Cultura da Câmara de Évora, Eduardo Luciano.

Segundo o autarca, os habitantes da cidade alentejana "passam pelo aqueduto dezenas de vezes por dia e já não dão por ele", porque o seu desenho na zona intramuros "funde-se com a malha urbana".

A iluminação cénica do monumento, que já obteve "luz verde" da Direção Geral do Património Cultural (DGPC), integra o seu programa de conservação e consolidação, que está inscrito no World Monument Watch do World Monument Fund (WMF).

O projeto vai ser financiado em 85% por fundos comunitários, através do programa operacional Alentejo 2020, na sequência de uma candidatura apresentada pela Câmara de Évora, que vai suportar os restantes 15% do investimento.

O vereador Eduardo Luciano adiantou que o município vai avançar agora com os procedimentos para adjudicação da empreitada, prevendo que os trabalhos possam arrancar no primeiro trimestre de 2018.

A nova iluminação cénica "vai incidir especialmente nos alçados" e utilizar "tecnologia mais amiga do ambiente", indicou, realçando que vão existir "preocupações para que a iluminação cénica seja coerente com a iluminação pública".

O Aqueduto da Água da Prata, um dos símbolos patrimoniais de Évora, é uma obra de engenharia da autoria de Francisco de Arruda, tendo a sua construção, terminada em 1537, sido impulsionada por D. João III.

A infraestrutura, como escreveu o historiador Túlio Espanca no livro "Encontro com a Cidade", prolonga-se por cerca de 18 quilómetros "através de canalizações e arcaria de granito no estilo da Renascença", tendo sido inaugurada "na presença do rei e da corte".

O aqueduto serviu até à década de 30 do século XX para transportar água de nascentes existentes na zona da Graça do Divor até ao centro da cidade e alguns conventos e casa particulares de elevada importância social para a época.