1 de outubro

Nas eleições autárquicas, o PSD perde oito presidências de câmaras municipais face a 2013, ano em que tinha registado o seu pior resultado, ficando agora com 98 autarquias (79 sozinhos e 19 em coligação). Em termos de votação nacional, o PSD obteve, sozinho, 16,08%, dos votos, uma percentagem ligeiramente abaixo dos 16,70% de há quatro anos.

Pedro Passos Coelho foi o último líder partidário a falar na noite eleitoral: assumiu a responsabilidade por "um dos piores resultados de sempre" do PSD e admitiu não se recandidatar à liderança.

"Farei uma reflexão aprofundada sobre as condições para me submeter a um novo mandato", disse o ex-primeiro-ministro, referindo-se às eleições diretas que já estavam previstas para o início de 2017.

3 de outubro

Passos Coelho comunica aos membros da Comissão Permanente e da Comissão Política a decisão de não se recandidatar. O anúncio formal e a explicação são feitos à noite pelo presidente do partido em Conselho Nacional, órgão máximo entre Congressos, numa intervenção excecionalmente aberta à comunicação social.

Passos Coelho argumenta que, se ficasse, "estaria em permanência a combater o preconceito e a ideia feita de que estava agarrado ao poder", e defende que "uma nova liderança por parte do PSD e da estratégia associada terá melhores possibilidade de progressão e sucesso".

O Conselho Nacional marca nova reunião deste órgão, para 09 de outubro, com vista à marcação das eleições diretas e do Congresso.

5 de outubro

Em comunicado, o ex-líder parlamentar do PSD Luís Montenegro anuncia que não se candidatará à liderança do partido "por razões pessoais e políticas", que não detalhou, e promete "total equidistância" em relação às candidaturas que viessem a surgir.

6 de outubro

Numa nota enviada à agência Lusa, o eurodeputado Paulo Rangel anuncia que não se recandidata à liderança do PSD, "por razões familiares", adiantando que também se iria manter neutro face a futuras candidaturas.

 7 de outubro

Em declarações à Lusa, o antigo líder da Juventude Social Democrata (JSD) Pedro Duarte exclui-se igualmente da corrida à presidência do partido.

 8 de outubro

O antigo presidente da Câmara do Porto Rui Rio envia uma nota à comunicação social, onde informa que vai apresentar a sua candidatura à presidência do PSD em 11 de outubro em Aveiro.

“Rui Rio irá apresentar publicamente a sua candidatura à presidência do Partido Social-Democrata na próxima quarta-feira, dia 11 de outubro, que, tal como o candidato definiu, não será nem no Porto, nem em Lisboa”, é referido na nota, que adianta que se tratará de uma “declaração pública” aberta a militantes e comunicação social, mas sem direito a perguntas dos jornalistas.

 9 de outubro

O Conselho Nacional do PSD aprova a realização de eleições diretas para escolher o presidente do partido a 13 de janeiro e o Congresso a 16, 17 e 18 de fevereiro.

Em cima da mesa, estavam duas propostas da Comissão Política Nacional: a que foi aprovada por “esmagadora maioria” e outra proposta que previa diretas a 09 de dezembro e congresso em janeiro, que recolheu menos de uma dezena de votos, a maioria dos quais de apoiantes de Rui Rio.

Segundo o regulamento e cronograma aprovados, caso haja mais de dois candidatos e nenhum obtenha maioria absoluta, a segunda volta das diretas realiza-se a 20 de janeiro.

O prazo limite para a entrega de candidaturas e moções de estratégia global será em 02 de janeiro de 2018 e a campanha eleitoral decorrerá entre 02 e 12 de janeiro, num total de dez dias.

 10 de outubro

Pedro Santana Lopes anuncia que é candidato na SIC, no seu espaço de debate semanal com o socialista António Vitorino, pouco depois de Portugal se ter qualificado para o campeonato mundial de futebol do próximo ano, na Rússia.

"Hoje é um dia de boas noticias, Portugal ganhou e eu sou candidato à liderança do PPD/PSD", afirmou.

Santana Lopes adiantou que só apresentará publicamente a sua candidatura na próxima semana e justificou que avança “por dever” e para evitar entregar o partido a quem passou a vida a criticar o “trabalho de salvação nacional” feito pelo anterior executivo, liderado por Passos Coelho.

Questionado sobre as diferenças em relação ao seu adversário já anunciado, Rui Rio, apontou o posicionamento político: “Eu não tenho propensão para fazer um Bloco Central”, disse, embora defendendo pactos de regime em áreas como as Obras Públicas, a Justiça e a Saúde.

11 de outubro

O primeiro-ministro desejou aos dois candidatos anunciados à liderança do PSD os maiores sucessos, frisando que conhece bem e já trabalhou politicamente quer com Rui Rio quer com Santana Lopes. No entanto, António Costa afasta qualquer cenário de "Bloco Central" entre socialistas e sociais-democratas.

Rui Rio apresenta formalmente a sua candidatura ao final da tarde em Aveiro, que justifica com “a situação particularmente difícil" do partido e por não estar preso a qualquer compromisso.

Perante cerca de 200 apoiantes, onde se destacam alguns presidentes de distritais e figuras como o antigo ministro Arlindo Cunha ou os antigos dirigentes Montalvão Machado e Jorge Neto, o antigo presidente da Câmara do Porto defende que o PSD "não é nem nunca será" um partido de direita, mas de centro, nem "uma muleta de poder".

"Para o PSD, este será o primeiro dia da sua caminhada para a reconciliação com os portugueses. Mas, para Portugal, este terá de ser, acima de tudo, o princípio do fim desta coligação parlamentar que hoje, periclitantemente, nos governa", afirmou.

O antigo deputado e ex-secretário de Estado José Eduardo Martins lança na rede social Facebook – pouco antes da declaração de Rui Rio – o ‘Manifesto PSD 2017 Nós, Sociais-Democratas’ com os princípios gerais do PSD, referindo que o partido deve ser “reformista e humanista, sem grilhetas comunistas ou socialistas.

O ex-presidente do Governo Regional da Madeira Alberto João Jardim declara, em entrevista à RTP, o seu apoio a Rui Rio por se rever “no perfil reformador” do antigo autarca. Aponta que Santana Lopes tem uma fragilidade que, ao mesmo tempo, lhe dá “vantagem” na corrida à liderança social-democrata: ter o “aparelho partidário ao seu lado”.

 12 de outubro

O ex-ministro e antigo dirigente do PSD Miguel Relvas assume que votará em Pedro Santana Lopes nas eleições diretas para escolher o futuro líder do partido.

“A minha intuição vai no sentido de que Pedro Santana Lopes terá um resultado ganhador e positivo nas próximas eleições", afirmou, afastando-se de ideias que têm sido atribuídas a Rui Rio como o Bloco Central e a regionalização.

A ex-presidente do PSD Manuela Ferreira Leite declara o seu apoio a Rui Rio por considerar que “tem uma credibilidade superior à de Pedro Santana Lopes” para liderar o partido e apresentar-se como candidato a primeiro-ministro nas próximas legislativas.

A ex-ministra de Estado e das Finanças do executivo de Durão Barroso salientou ainda, no seu espaço de comentário na TVI24, que Santana Lopes foi o candidato do PSD numas legislativas que deram ao PS de José Sócrates a maioria absoluta.

13 de outubro

O comissário europeu Carlos Moedas confirma que telefonou a Santana Lopes ainda antes do ex-provedor da Santa Casa da Misericórdia avançar com a candidatura às diretas do PSD. Moedas diz que “foi um telefonema de admiração e de incentivo”, mas salienta que não pode dar apoio a qualquer um dos candidatos para “não descredibilizar” a sua posição institucional.

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