“Esperamos que o seu substituto tenha mais poder político e que não seja apenas um técnico. A senhora ministra era uma técnica, não tinha grande peso político e nós sabemos disso pela discussão das alterações ao estatuto dos militares da GNR. Muitas promessas foram feitas, mas que depois a senhora ministra não tinha poder para avançar”, disse à Lusa César Nogueira, presidente da APG/GNR.

Para César Nogueira, a GNR “necessita de uma intervenção urgente e imediata” sob pena de ser colocada em causa a própria instituição dada a “falta de meios humanos e materiais” e o descontentamento dos seus profissionais.

“Desejamos que o próximo responsável do Ministério da Administração Interna tenha vontade de se debruçar sobre os vários problemas da GNR”, acrescentou o dirigente sindical, ressalvando que há várias questões orçamentais ainda em aberto que a ministra não conseguiu “contrariar”, nomeadamente as promoções dos profissionais da guarda.

Constança Urbano de Sousa alegou, na carta de demissão enviada ao primeiro-ministro, que pediu para sair de funções logo a seguir à tragédia de Pedrógão Grande, dando tempo a António Costa para encontrar quem a substituísse.

"Logo a seguir à tragédia de Pedrógão, pedi, insistentemente, que me libertasse das minhas funções e dei-lhe tempo para encontrar quem me substituísse, razão pela qual não pedi, formal e publicamente, a minha demissão", escreve a Constança Urbano de Sousa.

A ministra diz que o fez "por uma questão de lealdade" e que o primeiro-ministro, na altura, lhe pediu para se manter em funções.

"Pediu-me para me manter em funções, sempre com o argumento que não podemos ir pelo caminho mais fácil, mas sim enfrentar as adversidades, bem como para preparar a reforma do modelo de prevenção e combate a incêndios florestais, conforme viesse a ser proposta pela comissão técnica independente", refere a carta da ministra.