O presidente da Associação Nacional dos Bombeiros Profissionais, Fernando Curto, disse à agência Lusa que, desde o incêndio de Pedrógão Grande até hoje, surgiu uma série de situações relacionadas com a indefinição operacional, organização no teatro de operações, “alguma ausência de intervenção por parte do comandante e alguma estratégica mal gerida” e agora o processo disciplinar e a indefinição da licenciatura.

“Com o avolumar de todas as situações não havia muitas condições para o comandante Rui Esteves continuar no cargo”, sustentou Fernando Curto, avançando que “perante todos estes factos e toda a contestação que se gerou em torno do comandante” era “muito difícil” permanecer como comandante da Proteção Civil.

O comandante operacional nacional da Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC), Rui Esteves, apresentou hoje a demissão, que foi aceite pelo secretário de Estado da Administração Interna, Jorge Gomes.

O presidente da ANBP defendeu que Rui Esteves devia manter-se no cargo “até que fossem avaliadas e calculadas” todas as situações que estão a ser objeto de análise por várias entidades.

Fernando Curto destacou “a avaliação técnica” e a “mais-valia” de Rui Esteves, enquanto comandante distrital de operações de socorro de Castelo Branco, comandante nacional e “homem ligado aos bombeiros e à operacionalidade em Portugal”.

O presidente da Associação dos Bombeiros Profissionais sugeriu ainda que os próximos comandantes nacionais e distritais da Proteção Civil passem a estar no cargo como técnicos e não nomeados politicamente, como tem acontecido até aqui.

A demissão de Rui Esteves surge poucas horas depois de o ministro do Ensino Superior e o presidente do Politécnico de Castelo Branco terem pedido à Inspeção-Geral de Educação e Ciência a abertura de um inquérito à licenciatura do comandante da Autoridade Nacional da Proteção Civil.

A licenciatura de Rui Esteves em Proteção Civil pela Escola Superior Agrária do Instituto Politécnico de Castelo Branco foi concluída com 32 equivalências num total de 36 unidades curriculares que compõem o curso, segundo avançou o jornal Público e a RTP.

De acordo com a informação, as equivalências tiveram por base experiência profissional e cursos de formação.

Na semana passada, por determinação da ministra da Administração Interna, Constança Urbano de Sousa, a Inspeção-Geral da Administração Interna (IGAI) abriu um processo disciplinar a Rui Esteves, depois de ter sido noticiado a acumulação de funções públicas.

Segundo o Ministério da Administração interna, o lugar de comandante operacional nacional vai ser assumido interinamente pelo atual segundo comandante operacional nacional, tenente-coronel Albino Tavares.

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