"O que vimos aqui foi uma urgência completamente subdimensionada para as necessidades, muito pequena, com muitas macas nos corredores, com muitas macas no serviço de observação. Mostram-nos tudo, sem nos esconderem nada, precisamente para nos sensibilizarem para a necessidade de haver um investimento nesta área dos serviços de urgência", afirmou Assunção Cristas aos jornalistas.

A líder centrista visitou o hospital de São Bernardo, cujas necessidades de intervenção estão projetadas e orçamentadas em oito milhões de euros: "Foi pedido ao Ministério da Saúde e ao Ministério das Finanças, o Ministério da Saúde disse que sim, mas as Finanças disseram que não, e, portanto, ainda não têm luz verde para avançar com este investimento".

Assunção Cristas visitou o hospital de São Bernardo no âmbito das jornadas parlamentares do CDS-PP, que hoje terminam em Setúbal, acompanhada pelo líder parlamentar, Nuno Magalhães, as deputadas Ana Rita Bessa, Isabel Galriça Neto e Teresa Caeiro, entre outros deputados.

A líder centrista reiterou que a situação deste e outros hospitais que tem vindo a visitar confirmam que "o Governo consegue atingir determinados resultados [orçamentais] à custa da degradação dos serviços públicos".

Após a visita, Assunção Cristas seguiu para a praça Bocage, no centro de Setúbal, de onde partiu para uma volta pelas ruas de comércio, entregando aos lojistas e transeuntes o panfleto da iniciativa "Ouvir Portugal", em que convida as pessoas a fazerem chegar ao CDS as suas sugestões, por e-mail, carta ou Facebook.

"Não é campanha, é "Ouvir Portugal", disse a um lojista desiludido com o desempenho do centrista Paulo Núncio enquanto secretário de Estado dos Assuntos Fiscais do Governo PSD/CDS.

O proprietário da ourivesaria, que dizia ter votado em 2011 no PSD, afirmava-se desiludido com a política e os políticos e dirigia sobretudo as críticas à atuação da máquina fiscal, com exigências ao nível da faturação e multas pesadas.

"Eu compreendo que nas dificuldades em que o país estava tivessem de aumentar os impostos, mas o problema foi que foi só para os pequeninos", dizia o proprietário da ourivesaria.

Assunção Cristas demorou cerca de dez minutos com aquele desiludido do anterior Governo, negou que tivesse sido "só para os pequenos", acusou o atual Governo de dar "borlas fiscais à GALP e a EDP", mas também mostrou solidariedade para com as queixas a Paulo Núncio.

"Amigos meus e família também me deram na cabeça e como ministra da Agricultura também sofri com o Paulo Núncio, tentei mudar algumas coisas e resolvi algumas", afirmou.