"Este tema devia ser discutido e apresentado consensualmente, até ouvindo os moradores da cidade, mas podemos pensar em alguma coisa que tenha a ver com a história da própria cidade de Lisboa, a forma como a cidade se foi desenvolvendo ou com a dinâmica da ligação ao rio, ao mar e aos descobrimentos, mas certamente alguma coisa que diga em particular aquilo que é a nossa cidade, o nosso país", defendeu Assunção Cristas.

Numa visita ao bairro Padre Cruz, a candidata da coligação Pela Nossa Lisboa (CDS-PP/MPT/PPM) defendeu que a nova Feira Popular não pode estar separada daquela população por um muro, propondo "uma solução que integre e que chame as pessoas para o parque urbano e florestal" que a futura infraestrutura de diversões irá também contemplar.

Assunção Cristas insistiu que o novo parque de diversões seja temático: "Não pode ser uma feira igual a qualquer outra em qualquer parte do mundo".

Prosseguindo visitas que tem efetuado aos bairros da cidade, a candidata e líder do CDS quis hoje concentrar-se num bom exemplo, percorrendo a exposição de arte urbana constituída pelas intervenções nas empenas dos prédios do bairro padre Cruz.

Paulo Quaresma, o ex-presidente da Junta de Freguesia de Carnide (CDU), que dirige a associação Boutique de Cultura, responsável, com a associação Crescer a Cores, pelo projeto de "mudança através da arte urbana" daquele bairro, fez uma visita guiada à candidata, à semelhança das visitas guiadas que podem ser marcadas e que estão a trazer lisboetas e estrangeiros ao "maior bairro municipal da península ibérica".

"As pessoas vêm com medo e a meio da visita mudam de opinião", contou Paulo Quaresma, sublinhando que a arte urbana "aumentou muito a autoestima dos moradores".

"O bairro é seguro. O principal problema é a inércia da Gebalis em resolver os problemas com a habitação", sublinhou o dirigente associativo acerca da empresa municipal que gere os bairros sociais de Lisboa.

Assunção Cristas percorreu os diversos murais de 'street art', as ruas arborizadas e limpas do bairro, reteve o exemplo de envolvimento das populações nos projetos e também as queixas relativamente à Gebalis, que encerrou há cerca de um ano e meio o gabinete que disponha no bairro com 8 mil moradores.

"É um bairro com intervenção em arte urbana, com uma dinâmica há vários anos para valorizar o espaço urbano através da arte, envolvendo as populações. O que vemos, de facto, é uma diferença grande relativamente a outros bairros, é positivo, e mostra que é possível fazer estas transformações com as pessoas dos bairros", afirmou Assunção Cristas.

Sobre a Gebalis e questionada se propõe a sua eventual reestruturação ou extinção, Cristas diz não ter "ideias fechadas", mas vinca que "alguma coisa de muito relevante vai ter de acontecer e uma prioridade política vai ter de ser dada a estes bairros".

"É extraordinariamente prioritário que as casas que estão nos bairros fechadas, algumas há largos anos, sejam rapidamente colocadas à disposição das famílias carenciadas", sustentou.

A candidatura de Assunção Cristas estima que há cerca de 1600 casas encerradas e por atribuir, e tem vindo a insistir nessa questão desde que, em novembro do ano passado, começou a visitar os bairros geridos pela Gebalis.