O dia depois do ataque em Westminster começou com a informação de que a polícia britânica teria, durante a noite, realizado um raide em Londres e Birmingham que resultou na detenção de oito pessoas, alegadamente com ligações a atos terroristas.

No Parlamento, cumpriu-se o prometido ontem: os trabalhos iriam decorrer com normalidade, à exceção do minuto de silêncio cumprido em memória das vítimas do ataque do dia anterior mesmo ali ao lado.

Palavra a Theresa May

A Primeira-ministra britânica esteve no Parlamento para prestar esclarecimentos aos deputados e à nação relativamente aos desenvolvimentos na investigação sobre o incidente. Dirigindo-se ao deputados, Theresa May confirmou a detenção de oito pessoas pela polícia e dava a primeira informação relevante sobre o autor do ataque: trata-se de um cidadão que "nasceu no Reino Unido", disse.

Depois de May, falaram vários deputados, que obviamente condenaram o ataque, lembraram os esforços dos que rapidamente deram resposta às vítimas e deixaram a mensagem de que o Reino Unido não tem medo e de que o terrorismo não vencerá. Destas intervenções, destaca-se a do deputado conservador James Cleverley.

Cleverley era amigo há 25 anos de Keith Palmer, o polícia esfaqueado no ataque de ontem e que acabou por não resistir aos ferimentos. Num discurso emocionado, o deputado lembrou o amigo e pediu a Theresa May que o condecorasse postumamente.

Estado Islâmico reivindica o ataque e nomes das vítimas e do atacante conhecidos

Passava pouco do 12h00 (hora de Lisboa) quando começaram a surgir informações de que o Estado Islâmico teria reivindicado o atentado, algo que acabou por confirmar-se.

Adicionalmente, durante a tarde, acabaram por ser confirmados os nomes de três vítimas mortais do ataque: Kurt Cochran, turista norte-americano, Aysha Frade, professora e casada com um português, e o já mencionado Keith Palmer, agente da polícia. Ao final da noite, foi avançado que mais uma pessoa faleceu na sequência deste ataque, um homem de 75 anos.

Faltava, pois, que a polícia comunicasse oficialmente a identidade do autor do ataque. A informação acabou por chegar a meio da tarde. Khalid Masood, homem de 52 anos, nascido em Kent, no Reino Unido, foi identificado pelas forças de segurança como o autor do ataque. Foi Masood o responsável pelo atropelamento de várias pessoas na ponte de Westminster e pelo esfaqueamento do agente da autoridade. Para além das três pessoas que assassinou, Khalid Masood feriu ainda 40 pessoas, de mais de dez nacionalidades diferentes.

Segundo as informações disponibilizadas, Masood estava já referenciado pelas forças de segurança e tinha várias condenações, mas nenhuma por atos terroristas.

A tarde foi também marcada por uma tentativa de ataque com contornos similares em Antuérpia, Bélgica, onde um homem tentou avançar a alta velocidade sobre a população numa rua de comércio mas acabou detido pela polícia.

No Reino Unido, o estado de alerta continua em modo "severo" e esperam-se fortes medidas de segurança e novos desenvolvimentos nos próximos dias.

(Notícia atualizada às 22h02: novo balanço de vítimas mortais)