O diretor-executivo da S21sec, empresa espanhola especializada em cibersegurança, disse à agência EFE que o ataque foi “especialmente virulento” porque combina ‘malware’ (programa malicioso) com um sistema de propagação que se aproveita de uma vulnerabilidade detetada nos programas Microsoft.

Agustín Muñoz-Grandes explicou que no ataque, por exemplo contra a operadora de telecomunicações espanhola Telefónica, foi usado um ‘ransomware’, um tipo de vírus que se instala no computador, “encripta e sequestra” todos os seus ficheiros e, em seguida, pede um resgate em ‘bitcoin’, uma moeda virtual que não pode ser rastreada.

Este tipo de vírus costuma chegar habitualmente por correio eletrónico de “origem desconhecida”, com um documento em anexo e que o utilizador abre, por erro ou desconhecimento.

No Reino Unido, o ataque atingiu alguns hospitais do Serviço Nacional de Saúde britânico.

Em Portugal, a Polícia Judiciária está a acompanhar e a tentar perceber o alcance do ataque informático internacional, disse hoje à Lusa o diretor da Unidade Nacional de Combate ao Cibercrime da PJ.

“Estamos a acompanhar desde os primeiros momentos e a tentar perceber o alcance e o que é que está em causa”, disse Carlos Cabreiro à Lusa, adiantando que a PJ teve conhecimento da situação no final da manhã de hoje e que está a “acompanhar eventuais situações concretas de crime” e a trabalhar em articulação com o Centro Nacional de Cibersegurança e com as entidades com responsabilidade na área da segurança.

A Portugal Telecom alertou hoje os seus clientes para a existência de um vírus perigoso a circular na Internet e pediu para terem cautela na navegação na rede e na abertura de anexos recebidos por correio eletrónico.

A EDP decidiu cortar os acessos à Internet da sua rede para prevenir o ataque informático, mas garantiu que não foi registado qualquer problema nos seus sistemas.

Carlos Cabreira adiantou à Lusa tratar-se de um ‘ransomware’, um tipo de ‘malware’ que restringe o acesso ao sistema infetado e que cobra um valor de “resgate” para que esse acesso possa ser restabelecido.

A multinacional Telefónica foi hoje obrigada a desligar os computadores da sua sede em Madrid, depois de detetar um vírus informático que bloqueou alguns equipamentos.

A imprensa espanhola noticiou que o vírus desconhecido provocou a paragem dos computadores afetados, ficando o monitor azul e tendo aparecido em alguns equipamentos uma mensagem a pedir o pagamento de uma quantia em ‘bitcoins’, uma moeda virtual desenvolvida fora do controlo de qualquer Governo.