Trump terá, de acordo com fontes conhecedoras do teor da polémica reunião, citadas pela imprensa dos EUA, qualificado El Salvador, Haiti e várias nações africanas, que não identificou, de “países de merda”, sinalizando que preferia abrir as portas a imigrantes procedentes de países como a Noruega.

O Presidente negou ter usado a expressão "shithole", mas assumiu que usou uma linguagem dura. Todavia, o senador democrata Dick Durbin confirmou depois o uso da expressão, corroborando o que já tinha sido publicado pelos jornais Washington Post e New York Times, acrescentando que o Presidente a usou "reiteradamente".

Trump nega ter usado expressão "países de merda" para se referir a outras nações
Trump nega ter usado expressão "países de merda" para se referir a outras nações
Ver artigo

Em protesto, ativistas projetaram a mesma expressão, acompanhada de imagens de fezes, na fachada do  Trump International Hotel, no centro de Washington. "Não é morador de (Washington) DC? Precisa de um lugar para ficar? Experimente este lugar de merda", podia-se ler na entrada do hotel. Os vídeos da ação foram publicados na conta do Twitter de Robin Bell, que já realizou outras projeções de protesto.

O Presidente dos Estados Unidos terá recorrido ao calão, com a expressão “shithole countries”, depois de dois senadores lhe terem apresentado um projeto de lei migratório ao abrigo do qual seriam concedidos vistos a alguns cidadãos de países que foram recentemente retirados do Estatuto de Proteção Temporária (TPS, na sigla em inglês), como El Salvador, Haiti, Nicarágua e Sudão.

O TPS é um benefício concedido pelos Estados Unidos a imigrantes indocumentados, que não podem regressar aos países devido a conflitos civis, desastres naturais ou outras circunstâncias extraordinárias, permitindo-lhes trabalhar no país com uma autorização temporária.

Donald Trump sugeriu, na réplica, que os Estados Unidos deviam atrair mais imigrantes de países como a Noruega, com cuja primeira-ministra se reuniu na véspera.

Os deputados presentes na reunião ficaram chocados com os comentários, de acordo com o jornal, que não esclareceu se o Presidente norte-americano se referia também à Nicarágua e não identificou os países africanos em causa.

Chocante, vergonhoso e racista. ONU condena insulto de Trump ao Haiti e a África
Chocante, vergonhoso e racista. ONU condena insulto de Trump ao Haiti e a África
Ver artigo

O jornal Los Angeles Times também corroborou a informação, acrescentando que, antes de proferir o insulto, Trump exclamou: “Para que é que queremos haitianos aqui? Para que é que queremos todas estas pessoas de África aqui?”

Raj Shah, um porta-voz da Casa Branca, não negou que Donald Trump tenha feito as referidas declarações quando questionado sobre o assunto.

“Certos políticos de Washington escolhem lutar por países estrangeiros, mas o Presidente Trump sempre lutará pelo povo norte-americano”, afirmou Raj Shah, num comunicado reproduzido por diversos meios de comunicação social.

“O Presidente Trump luta para conseguir soluções permanentes que tornam o nosso país mais forte, ao dar as boas-vindas àqueles que possam contribuir para a nossa sociedade, fazer crescer a nossa economia e integrar-se na nossa grande nação”, afirmou o porta-voz da Casa Branca.