Na primeira aparição dos bombos nesta campanha, pelo grupo de Zés Preiras de Barcelinhos, a arruada integrava elementos do PSD e do CDS-PP, que apoiam o candidato na coligação "Mais Barcelos", e que se revezavam para chamar ao desafio pelos dois partidos.

"Constantino em frente, vais ser presidente", era o grito comum das largas dezenas de apoiantes que seguiram o candidato e Pedro Passos Coelho pelas ruas centrais de Barcelos, numa ação de rua que começou vinte minutos antes da hora, tal como tinha acontecido esta manhã numa visita em Fornelos (Fafe).

Pelo meio do percurso, uma turista espanhola abordou o líder do PSD, convencida que partilhavam as mesmas cores políticas.

"Socialista de toda a vida", disse, em castelhano, dirigindo-se a Passos Coelho, que imediatamente a questionou qual era o seu partido em Espanha.

Perante a resposta de que era do PSOE, o líder do PSD esclareceu a turista de que não partilhavam, afinal, a mesma ideologia.

"'Muchas gracias, perdona cariño", pediu a senhora. "'No, no', não precisa de ‘perdonar'", responde Passos.

A caravana desceu a Avenida de Liberdade e, depois, a Rua Direita - onde Passos foi entrando em algumas lojas, tirou fotografias com populares e até deu um autógrafo - e voltou a subir ao jardim, onde o líder social-democrata fez uma paragem junto a um monumento de homenagem a Francisco Sá Carneiro.

Logo em seguida, foi abordado por uma senhora idosa que lhe queria mostrar o seu cartão de militante, ainda dos tempos precisamente do fundador do PSD, que faleceu em 1980 quando era primeiro-ministro, na sequência da queda do avião em que viajava.

No final, Passos fez questão de se despedir do grupo de bombos e perguntar porque não trouxeram as figuras que os acompanham tradicionalmente, os gigantones.

"Os bombos fazem muito jeito, o que fazem é jeito a uma certa distância", confessou aos jornalistas.

Questionado no final da iniciativa sobre o balanço de um dia em que visitou dois concelhos socialistas em que pode haver divisão de votos - Fafe e Barcelos -, Passos elogiou a forma cordata como os portugueses recebem as iniciativas dos partidos em campanha, apesar de "mais simpatias por umas do que por outras".

"O que me deixa otimista em reação às eleições é a escolha dos nossos candidatos. Oferecemos às pessoas alternativas verdadeiras de voto, para que não digam que se mudou, mas ficou tudo na mesma, para que mais pessoas tenham razões para votar", apelou.

Mário Constantino já foi vereador e vice-presidente da Câmara Municipal de Barcelos, que pertenceu aos sociais-democratas durante décadas até 2009.

Desde então a Câmara é liderada pelo socialista Miguel Costa Gomes, que, nestas eleições, enfrenta a concorrência do líder da concelhia do PS, Domingos Pereira, que se candidata por um movimento independente.

A caravana do PSD e CDS-PP chegou a levar Mário Constantino em ombros, numa iniciativa que foi sempre sobrevoada por um ‘drone’, que pertence à estrutura de campanha local.

Concorrem às eleições de 01 de outubro em Barcelos Miguel Costa Gomes, pelo PS, Mário Constantino Lopes, pelo PSD/CDS-PP, Domingos Pereira, do Movimento Independente Barcelos Terra de Futuro, Ilídio Tores, do BE, e Mário Figueiredo do PCP/PEV.