“A maioria absoluta não é uma coisa que se pede. É uma consequência. Não uma vontade”, disse Moreira, numa iniciativa na freguesia de Campanhã, quando questionado por que motivo não pede abertamente maioria absoluta nas urnas.

O independente, apoiado pelo CDS-PP e pelo MPT, afirmou não estar “nada preocupado” com a maioria absoluta, rejeitando certezas sobre problemas de governação: “Neste momento não tenho maioria absoluta e não me sinto minimamente problematizado. Desde maio estou em minoria e acho que a cidade não parou”, vincou.

Rui Moreira, que elegeu seis dos 13 mandatos da Câmara do Porto nas autárquicas de 2013 e manteve até maio um acordo pós-eleitoral com o PS, atribuiu em 2016 o pelouro da Economia a um eleito pelo PSD, Ricardo Valente.

Há quatro anos, o independente assinou com o PS um acordo pós-eleitoral com vista a assegurar a governabilidade da cidade, tendo atribuído pelouros a dois dos três eleitos socialistas.

O PS apoiava a recandidatura do independente, mas em maio apresentou o ex-vereador da Habitação de Moreira, Manuel Pizarro, como cabeça de lista socialista à autarquia portuense.

Questionado sobre se tem receio de não alcançar a maioria absoluta, o candidato respondeu: “Não tenho medo nenhum”.

“É evidente que, se perguntar a qualquer candidato, o primeiro objetivo é ganhar, o segundo é ter maioria absoluta. É só isso, mais nada, não há inquietação nenhuma, nem medo ou receio nenhum”, disse.

O candidato observou estar agora a conseguir “dedicar-se a 100% a uma campanha que tem sido muito ativa”, porque “até terça-feira” tinha “muito que fazer como presidente da Câmara e não podia desertar”.

Rui Moreira falava no armazém que vai acolher a Fonoteca Municipal de Vinil, com 34 mil discos, num complexo dedicado às indústrias da música e do audiovisual.

O candidato afirmou Campanhã como “uma enorme aposta”, porque “é onde a cidade precisa de se reequilibrar”.

“Ao longo dos últimos anos, a cidade parece que se desequilibrou para o mar. As pessoas queixam-se que isto está a criar pressão em muitas zonas. A forma de diminuir essa pressão sem perder o desenvolvimento da cidade é reequilibrar o tabuleiro”, defendeu.

De acordo com Moreira, à boleia de projetos âncora anunciados pela autarquia para Campanhã, como o Matadouro e o Terminal Intermodal, há já operadores privados a apostar na freguesia, onde “os preços são mais baratos, a mobilidade é muito mais fácil”, onde existe metro e um terminal ferroviário.

São candidatos à Câmara do Porto o independente Rui Moreira, apoiado pelo CDS-PP e MPT, o socialista Manuel Pizarro, Álvaro Almeida, pela coligação PSD/PPM, Ilda Figueiredo, da CDU, João Teixeira Lopes, do BE, Bebiana Cunha, do PAN, Costa Pereira, do PTP, Sandra Martins, do PNR, e Orlando Cruz, do PPV/CDC.