Na primeira sessão de julgamento, o juiz presidente lembrou que, em 2017, o arguido foi julgado e condenado a cinco anos de prisão, com pena suspensa, em processo anterior, também por homicídio qualificado, na forma tentada, da sua mulher, crime cometido em 2016.

No âmbito desse processo, o homem foi sujeito a um exame de perícia médico-legal, tendo considerado hoje o tribunal que há "dúvida sobre a imputabilidade do arguido", ordenando por isso nova avaliação psiquiátrica, no Instituto de Medicina Legal de Coimbra, para "apurar a sua imputabilidade".

Na anterior perícia psiquiátrica, relativa ao processo de tentativa de homicídio qualificado da companheira, foi diagnosticada ao acusado "perturbação de personalidade mista", que se manifesta em "irritabilidade e ressentimento" e "incapacidade de lidar com a hostilidade perante o outro", o que pode causar "agressividade irracional perante a mínima frustração".

O homem foi então considerado imputável.

Neste processo, que começou hoje a ser julgado, o Ministério Público acusa o homem de homicídio qualificado, na forma tentada, por ter tentado matar a própria mãe, golpeando-a com uma faca no pescoço e no polegar da mão direita, no dia 19 de junho de 2017, no interior de uma residência na Batalha.

Em simultâneo, segundo a acusação, o homem ameaçou a vítima, dizendo: "Vou-te matar, mas vais sentir, vai ser aos bocados".

A mulher acabou por conseguir fugir e o arguido ficou a aguardar julgamento em prisão preventiva.

O coletivo de juízes anunciou que o julgamento prosseguirá depois de realizada a perícia psiquiátrica.