“No que diz respeito, estritamente, à questão dos incêndios, é necessário perceber onde é que o Estado falhou. E o Estado falhou. É preciso retirar lições, não apenas pondo em prática aquelas que foram as leis aprovadas para o ordenamento do território e da floresta, mas também investir a sério no interior, investir a sério na proteção civil. Aí, creio que poderemos estar a falar de um cenário de reinvenção”, disse hoje a eurodeputada do BE Marisa Matias.

A antiga candidata a Belém pelo Bloco, que falava na sede do partido, em Lisboa, reagia assim à mensagem de Ano Novo do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa.

O Presidente da República defendeu hoje que 2018 terá de ser o "ano da reinvenção" da confiança, advertindo que os portugueses precisam de ter a certeza de que, "nos momentos críticos, as missões essenciais do Estado não falham".

"Reinvenção da confiança dos portugueses na sua segurança, que é mais do que estabilidade governativa, finanças sãs, crescente emprego, rendimentos. É ter a certeza de que, nos momentos críticos, as missões essenciais do Estado não falham nem se isentam de responsabilidades", exigiu.

Num comentário às palavras do chefe de Estado, Marisa Matias concordou que o país "pagou uma fatura muito cara" com os episódios dos incêndios deste ano, nos quais morreram pelo menos 110 pessoas.

“Pagámos uma fatura muito cara, muitas pessoas perderam a vida, a suas propriedades e os seus rendimentos e isso exige uma certa dose de reinvenção. Quanto mais não seja, no sentido de tentar voltar a colocar os serviços públicos de onde eles nunca deveriam ter saído”, disse a dirigente bloquista.

Marisa Matias reiterou que o Bloco considera que Portugal desmantelou a rede de serviços públicos e que “os incêndios mostraram, da forma mais dolorosa, a falta que esses serviços públicos fizeram”.

Por isso, alertou, 2018 será "um ano que vai exigir muita coragem política para tirar conclusões da tragédia".

“Mas, creio que há outra palavra para o próximo ano, não é apenas a reinvenção, que é a consolidação. A consolidação do caminho económico e social que está a ser feito, mas que falta ainda chegar a tanta gente (…). Estamos num país de salários baixos, de pensões baixas, em que é preciso investir nos serviços públicos. Um país com muita precariedade, muita pobreza, muita desigualdade, por isso é preciso consolidar o caminho que está a ser feito”, salientou Marisa Matias.

A eurodeputada do BE disse ainda que a análise de Marcelo Rebelo de Sousa sobre o percurso económico feito por Portugal no último ano “é uma analise correta”.

Marisa Matias também sublinhou que Marcelo Rebelo de Sousa recordou os compromissos internacionais de Portugal.

"Portugal precisa de se colocar no Mundo como um promotor da paz", defendeu a eurodeputada, acrescentando que o país precisa também de “defender-se economicamente dos choques externos".

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