Em nota enviada à agência Lusa, Anacleto Oliveira, que se deslocou ao local para manifestar a sua solidariedade aos católicos de Lavradas, disse que "encontrou muita tristeza mas, ao mesmo tempo, muita motivação e ânimo".

"É tempo de meter mãos à obra", apelou o bispo da diocese de Viana do Castelo que realçou que o incêndio que destruiu a igreja paroquial de Lavradas aconteceu "precisamente durante a primeira noite da semana anterior à noite de Natal".

"Trata-se de uma comunidade paroquial irmã de todas as paróquias da Diocese de Viana do Castelo que, neste momento, precisa da ajuda fraterna dos cristãos e de todas as outras pessoas", sustentou.

"Mostremos, nesta hora, como diocesanos de Viana do Castelo, que estamos unidos a Jesus Cristo e, através dele, a todas as pessoas que fazem parte desta comunidade e que atravessam um momento difícil. Façamo-lo através da comunhão que nos une como cristãos da mesma Diocese e como cidadãos do mesmo país", acrescentou.

Fundada a 3 de novembro de 1977, a diocese de Viana do Castelo é a mais jovem do país e integra 291 paróquias espalhadas pelos dez concelhos do Alto Minho.

A Polícia Judiciária foi chamada a investigar as causas do incêndio que hoje destruiu "por completo" a igreja de Lavradas, em Ponte da Barca, disse à agência Lusa fonte daquela autoridade.

Também em declarações à Lusa, o comandante dos Bombeiros Voluntários de Ponte da Barca, José Freitas, contou que quando os operacionais chegaram ao local a igreja já estava "totalmente tomada pelas chamas".

"Não deu para fazer nada. Por mais que se tentasse, sentimo-nos incapazes", afirmou o comandante.

De acordo com aquele responsável, "apenas foi possível salvar da destruição a zona da sacristia".

Contactado pela Lusa, o pároco local, Filipe Sá, revelou que com a destruição do templo, "as missas vão passar a ser celebradas na sede da Junta de Freguesia e da Associação Lavradas, espaço já disponibilizado à paróquia".

O sacerdote católico adiantou que "os serviços camarários vão proceder a análise técnica da fachada e das paredes laterais, para se começar estudar a reabilitação do templo datado do século XVII".

"Ainda é cedo para estimar custos, mas será sempre uma intervenção avultada. Não era um templo de elevado valor histórico, mas era a casa dos paroquianos de Lavradas, que ficaram muito abalados", sustentou o padre.

Pároco de Lavradas há um ano, Filipe Sá adiantou que o alerta às autoridades "foi dado pela população que acordou com o som dos sinos a tocar descontroladamente".

"Não houve nada a fazer", lamentou.

O alerta às autoridades foi dado cerca das 05:02. O incêndio foi dado como extinto às 06:23.

Ao local compareceram 30 operacionais e oito viaturas dos bombeiros de Ponte da Barca, Ponte de Lima e Arcos de Valdevez.