Em declarações à Rádio 4 da BBC, May negou que seja o titular dos Negócios Estrangeiros, Boris Johnson — que nos últimos dias se demarcou da linha oficial — quem dirige o processo e sublinhou que a União Europeia (UE) “sabe” que os interlocutores são ela própria e o ministro para a saída da União Europeia, David Davis.

“Toda a gente sabe que a posição do Governo é a que expus no meu discurso em Florença [a 22 de setembro]. Estamos unidos em volta dessa visão de futuro de uma relação profunda e especial com a Europa”, sustentou.

Questionada sobre por que não afasta Johnson da sua equipa, a primeira-ministra respondeu que foi ela quem escolheu o seu gabinete e que gosta de ter “uma diversidade de vozes”, além de que os britânicos preferem que se concentre no seu trabalho.

May fez estas declarações durante o congresso anual do Partido Conservador em Manchester (norte de Inglaterra), onde, mais tarde, intervirão Davis e Johnson, que abordarão respetivamente os próximos passos na negociação com a União Europeia para a saída britânica do bloco europeu e o futuro do Reino Unido no plano global.

A líder conservadora, com a liderança debilitada após ter perdido a maioria absoluta nas eleições de 08 de junho, fará um discurso na quarta-feira, numa altura em que enfrenta o desafio de unir o seu partido perante o desafio do ‘brexit’ e face à inédita subida do projeto social-democrata do Partido Trabalhista, de Jeremy Corbyn.

Em setembro, o ministro dos Negócios Estrangeiros e antigo rosto da campanha pelo ‘Brexit’, Boris Johnson, publicou um longo artigo defendendo “um ‘Brexit’ glorioso”, iniciativa que foi vista por muitos comentadores como uma tentativa de esvaziar o discurso de May em Florença.

Há claras divisões entre os ministros britânicos, entre os que defendem uma rutura clara e abrupta com a UE, como Johnson, e os que querem aliviar o impacto económico da saída através de um longo período de transição.

No seu discurso em Florença, Theresa May, propôs à União Europeia um período de transição de dois anos após a saída britânica do bloco comunitário, durante o qual as relações entre a UE e o Reino Unido permaneceriam inalteradas, de forma a assegurar uma saída “harmoniosa e ordenada”.

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