Esta terça-feira, em Estrasburgo, o presidente do Conselho Europeu abriu a porta a uma eventual reversão do processo que levará à saída do Reino Unido da União Europeia. No plenário, Tusk antevia as relações futuras entre a União Europeia a 27 (UE27) e o Reino Unido, sublinhando a necessidade de uma "maior clareza" por parte dos britânicos quanto às intenções do país que está com um pé de fora do bloco.

Tusk falava na abertura do plenário do parlamento europeu. Na rede social Twitter, parte do discurso foi publicada. Na mensagem, o presidente do Conselho Europeu escreve que "a menos que haja uma mudança de opinião dos nossos amigos britânicos, o #Brexit vai ser uma realidade - com todas as suas consequências negativas - em março do próximo ano. Nós, aqui no continente, não tivemos uma mudança de ideias. Os nossos corações ainda estão abertos para vocês".

À parte a esperança de que os britânicos mudem de ideias, Tusk diz que a parte mais trabalhosa do Brexit ainda está por chegar "e o tempo é limitado". "Temos de manter a unidade da UE27 em todos os cenários", afirma Donald Tusk, que diz ter confiança de que a unidade entre os 27 se manterá.

"Se o Reino Unido mantiver a decisão de sair, o Brexit será uma realidade - com todas as suas consequências negativas", disse Tusk na apresentação do relatório sobre as reuniões do Conselho Europeu em dezembro do ano passado.

Entretanto, às 11:00 horas desta terça-feira, a mensagem já tinha sido partilhada mais de 2.700 vezes.

Ainda sobre o Brexit, Donald Tusk diz que os líderes europeus "decidiram com unanimidade que já foi alcançado progresso suficiente nesta primeira fase, com prioridade para os direitos dos cidadãos, a Irlanda e os acordos financeiros." Nesse sentido, os restantes 27 países que se manterão na UE "adotaram o primeiro conjunto de diretrizes para a próxima fase das conversações", disse.

"Isto não teria sido possível sem a união da UE27, o muito trabalho de Michel Barnier e o esforço conjunto da primeira-ministra [Theresa] May".

Também o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, reiterou que "a porta da UE continua aberta" e disse esperar que a mensagem de Tusk "seja claramente ouvida em Londres".

No referendo realizado em 23 de junho de 2016, 51,9% dos eleitores votou pela saída da UE. Na última semana, porém, ganhou força a ideia de um segundo referendo, que leve ao fim das negociações do divórcio em curso entre Londres e Bruxelas.

Uma sondagem publicada na sexta-feira pelo tabloide Daily Mirror concluiu, no entanto, que, numa nova consulta, mais de metade (55%) dos eleitores votaria pela permanência do Reino Unido na UE.

Ferrenho defensor do Brexit, o político britânico Nigel Farage sugeriu, na quinta-feira passada, a possibilidade de realizar um segundo referendo sobre o tema, antes da saída definitiva.

Nesse sentido, o presidente do Conselho Europeu referiu-se diretamente ao negociador britânico para o Brexit: "não foi o próprio David Davis que disse que, se uma democracia não puder mudar de opinião, deixa de ser uma democracia?".

O processo para a saída do Reino Unido (Inglaterra, Escócia, Irlanda do Norte e Paíse de Gales) da União Europeia deverá ficar concluído em março do próximo ano.

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