Em comunicado enviado à Lusa, a autarquia refere que os valores hoje anunciados crescem 8% face a 2017, justificando o presidente Joaquim Couto, citado no documento, que os cerca de 16 milhões de euros para as obras surgem de "fundos comunitários" que "permitirão avançar com vários projetos estruturais para o município".

Entre as obras previstas pela autarquia, constam o "arranque da requalificação do nó da Ponte de Frádegas, a requalificação nas áreas envolventes que servem as Áreas de Acolhimento Empresarial de Fontiscos e Ermida, ou as requalificações da EB 2,3 de Vila das Aves, EB 2,3 de S. Rosendo (Santo Tirso), EBI de S. Martinho (Vila Nova do Campo) e EB de Bom Nome (Vila das Aves)", lê-se no comunicado.

Segundo Joaquim Couto, este é também um "orçamento ambicioso", uma vez que "prevê um conjunto de investimentos e novos desafios políticos, em áreas como o ambiente e a sustentabilidade, bem como a reabilitação de um conjunto de espaços públicos e erradicação de todas as ruas em terra", num total previsto de "duas dezenas de grandes obras que terão início ou conclusão durante 2018".

O orçamento destina ainda "mais de 60% de verbas para as funções sociais", com "um aumento de 50% das verbas transferidas para as famílias, em razão do compromisso assumido de alargar o arrendamento municipal aos jovens e reforçar o Plano de Emergência Social".

Considerando tratar-se de um orçamento que "não descura o equilíbrio financeiro", o autarca acrescenta que também "não alimenta aventureirismos", nem "hipoteca o futuro do município".

Garantindo que a câmara "só fará despesa para a receita, cumprindo os critérios da redução da dívida", Joaquim Couto prometeu que em 2018, a dívida "voltará a cair, na ordem dos dois milhões de euros", assim chegando aos "11 milhões de euros nos últimos cinco anos" de abatimento.

Os vereadores da oposição PSD/CDS-PP, que votaram contra, consideraram na sua declaração de voto, a que a Lusa teve acesso, que o orçamento "é pouco ambicioso, não dá resposta à necessidade de modernização do concelho e esquece áreas prioritárias da gestão autárquica moderna como a captação de investimento, a cultura e participação cívica".

Os eleitos da coligação "Por todos nós", apesar de "não se oporem às escolhas feitas", mostraram "apreensão quanto às escolhas não feitas por traduzirem a perda de mais uma oportunidade".

"Votamos contra porque estes documentos denotam uma visão ultrapassada da gestão autárquica, assente no aumento da despesa estrutural (sobretudo com a despesa de pessoal), denotam uma priorização das políticas públicas que entendem não corresponder aos anseios do concelho e são claramente documentos sem visão de futuro", lê-se ainda no documento.

Dos 51,7 milhões de euros aprovados, o orçamento 2018 prevê de receita corrente 35,1 milhões de euros, de receita capital 16,6 milhões de euros, enquanto do lado da despesa os valores oscilam entre os 32,7 milhões de euros da despesa corrente e os 19 milhões de euros da despesa capital.

Em 2016 a receita atingiu os 34,4 milhões de euros (em 2015 o valor era 37 milhões euros), enquanto a despesa estabeleceu-se nos 32,2 milhões de euros (em 2015 foi de 37,4 milhões de euros).