Carlos César falava no final da reunião da bancada do PS, depois de confrontado com declarações feitas na véspera pelo presidente do PSD, Pedro Passos Coelho, na Amadora, segundo as quais custa "ver altas figuras do Estado a dizer aldrabices".

Passos Coelho contestava então a possibilidade de o Governo ter cortado, com cativações, cerca de mil milhões de euros em 2016 sem tocar na saúde, na educação, na defesa ou na administração interna.

O presidente do Grupo Parlamentar do PS procurou desvalorizar as críticas feitas por Pedro Passos Coelho, dizendo que, se o líder do PSD tem a opinião de que as contas do Estado do ano passado são uma aldrabice, "então deve provar isso em sede do Parlamento".

"O Governo tem uma orientação orçamental que é transparente. Tudo o que diz respeito a cativações, a dotações orçamentais ou execuções de verbas alocadas aos diversos setores constam necessariamente dos relatórios de execução", alegou Carlos César.

Depois, o presidente do PS visou diretamente o presidente do PSD.

"A única aldrabice será daqueles que falam desses assuntos sem os estudar convenientemente. Mas nós, nesta fase, não atribuímos grande importância àquilo que a liderança do PSD diz, porque também não sabemos por quanto tempo essa liderança sobrevive", afirmou.

Para o líder parlamentar do PS, o importante para o país é que, "além do acordo de base entre o PS, o Bloco de Esquerda e o PCP para o êxito da atual solução de Governo, o PSD também seja chamado a assumir responsabilidades estruturais que são importantes e que requerem um consenso mais alargado".