Segundo o presidente da Associação Portuguesa de Empresas de Diversões (APED), Luís Paulo Fernandes, estão convocadas marchas lentas em várias artérias da cidade e a concentração de veículos pesados, a partir das 07:00, no largo em frente ao Portugal dos Pequenitos e ao Convento de São Francisco.

Neste espaço vai decorrer, a partir das 09:00, uma convenção nacional para assinalar os 40 anos do poder local democrático em Portugal, promovida pela Associação Nacional dos Municípios Portugueses e pela Associação Nacional de Freguesias, com a presença do primeiro-ministro, António Costa, e do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa.

As ações de protestos visam exigir o cumprimento de uma resolução, aprovada em 2013 por unanimidade no parlamento, que recomenda ao Governo o estudo e a tomada de medidas específicas de apoio à sustentabilidade e valorização da atividade das empresas itinerantes de diversão.

“Este carrossel encontra-se em greve. Protesto contra o Governo pela falta de apoio e de leis específicas à atividade itinerante”, pode ler-se na informação que será afixada por empresários que vão participar nas manifestações e que, por isso, vão ter os equipamentos de diversão encerrados ao público.

Segundo Luís Paulo Fernandes, o protesto vai determinar o encerramento de 75% dos carrosséis atualmente em funcionamento no país.

Alguns dos empresários que já confirmaram a adesão à greve têm carrosséis e equipamentos de diversão itinerante instalados, neste momento, na Região Autónoma da Madeira, no Porto, em Matosinhos e em Paredes.

Os empresários de diversões reclamam do Governo, entre outros pontos, a descida da taxa máxima do Imposto sobre o Valor Acrescentado (IVA) que têm de suportar e cujo aumento "magistral" em 2011, de 06% para 23%, "acabou com a percentagem de lucro", segundo a APED.

"Era a margem com que ainda podíamos ajudar os promotores [de feiras e romarias] de todo o país", argumentou.

A APED contesta ainda que as empresas de diversões itinerantes tenham de pagar para se instalar em feiras: "Somos o único interveniente que paga. Os artistas, as ornamentações dos eventos são todas pagas com dinheiros públicos, nós somos os únicos que pagamos para estar", frisou Luís Paulo Fernandes.

Sobre a ligação das ações de protestos com a convenção do poder local, o representante dos empresários de diversões declarou: "Só nos resta lutar, só nos resta pedir ao poder local que nos apoie, porque vão ficar sem os carrosséis. Já tem ficado o interior, o Alentejo, e agora o litoral vai ficar também”.