"A violência será vencida pela democracia e pelo direito à autodeterminação", diz, em comunicado, o BE, acrescentando que "nenhum argumento formal desculpa a violência policial contra a afirmação pacífica da vontade de um povo e do seu direito à autodeterminação".

Na perspetiva do BE, o bloqueio constitucional diz mais sobre a natureza do Estado espanhol do que sobre a legitimidade da aspiração democrática da Catalunha.

"O governo espanhol deve retirar de imediato as forças repressivas especialmente destacadas para território catalão, com vista à repressão da consulta, e repor o respeito pelas instituições autonómicas", apela o BE.

Segundo os bloquistas, a enorme participação no referendo de hoje é um exemplo de cidadania e reclama a solidariedade de todos quantos acreditam na democracia, pois "o direito a decidir o seu próprio destino é uma conquista de que nenhum povo ou nação pode prescindir".

Em solidariedade com a cidadania catalã, o BE lembra que se realiza na segunda-feira, em diversas cidades europeias, protestos junto às representações oficiais de Espanha.

Em Lisboa, o Bloco de Esquerda apela à concentração junto ao consulado espanhol, na avenida da Liberdade, pelas 18:00 de segunda-feira.

A justiça espanhola considerou ilegal o referendo pela independência convocado para hoje pelo governo regional catalão e deu ordem para que a polícia regional fechasse os locais de votação.

Face à inação da polícia regional em alguns locais, foram chamadas a Guardia Civil e a Polícia Nacional espanhola. Foram estes corpos de polícia de âmbito nacional que então protagonizaram os maiores momentos de tensão para tentar impedir o referendo.

Estas forças fizeram cargas policiais e entraram à força em várias assembleias de voto que tinham sido ocupadas por pais, alunos e residentes, numa tentativa de garantir que os locais permaneceriam abertos.

A Guardia Civil e a Polícia Nacional espanhola retiraram pessoas que ocupavam locais de votação, tendo mesmo ocupado o pavilhão desportivo da escola em Girona onde deveria votar o líder da Generalitat, Carles Puigdemont.

O presidente catalão acabaria por votar noutro local.

Além destas situações, houve ainda confrontos noutros locais, nomeadamente na sala de exposições de Sant Carles de la Ràpita (Terragona) e na Escola Rius i Taule (Barcelona), segundo relatos de repórteres das agências noticiosas internacionais.