A Candidatura de Unidade Popular (CUP), que tem apenas 10 dos 135 deputados do parlamento regional, mas é essencial para a manutenção da maioria separatista, considera a intervenção de Madrid “a maior agressão contra os direitos civis, individuais e coletivos do povo catalão desde a ditadura franquista”.

Em comunicado, este movimento antissistema sublinha que se está a entrar numa “semana crucial para o futuro da Catalunha” e acusa “o Governo de Rajoy, com o apoio do Cidadãos, do PSOE e do Borbón (rei Felipe VI), de eliminar o autogoverno e de intervir nas principais instituições, entre elas o parlamento” regional.

O Governo espanhol propôs no sábado a destituição do presidente da Catalunha e todos os membros do seu executivo, a limitação das competências do parlamento regional e a marcação de eleições num prazo de seis meses.

As medidas que se enquadram no chamado artigo 155.º da Constituição espanhola para repor a legalidade na Catalunha têm ainda de ser aprovadas pelo senado (câmara alta) na próxima sexta-feira, 27 de outubro.

O chefe do Governo da Catalunha, Carles Puigdemont, assegurou no sábado, em Barcelona, que os catalães vão resistir “de forma pacífica” ao “ataque à democracia” que Madrid está a fazer, tendo pedido ao parlamento regional para celebrar uma reunião para decidir sobre “a intenção de liquidar” o governo catalão, o que deverá acontecer na quinta-feira.