“Pessoalmente estou preocupada com a situação nesta comunidade catalã, mas também com as consequências que poderá provocar não apenas na Galiza, mas em toda a Espanha como destino turístico”, declarou à Lusa Nava Castro, diretora-geral do Turismo da Galiza, à margem de uma ação de promoção do turismo galego a jornalistas portugueses, que decorre em Santiago de Compostela no âmbito de um acordo assinado entre o Turismo da Galiza e do Turismo do Porto e Norte de Portugal.

Nava Castro explica que a sua preocupação não se refere ao turista nacional, que é “conhecedor da situação política atual”, mas antes ao turista estrangeiro.

“É evidente que a imagem exterior que está a passar nos meios de comunicação social sobre a situação da Catalunha de alguma forma afeta-nos, falando da marca Espanha, porque os prejuízos são não apenas para o turismo da Catalunha, mas também para o resto do mercado turístico espanhol, visto que se um dos destinos do país está com problemas, todos sofremos em cadeia”, acrescentou a diretora-geral do Turismo na Galiza.

Nava Castro não está surpreendida com a quebra da chegada de turistas a Barcelona desde a semana passada, porque o visitante na hora de escolher onde quer ir de férias dá prioridade à “tranquilidade” e “segurança”.

“Pela Catalunha, espero e desejo, que a situação se retraia quanto antes e que o conjunto de Espanha como destino turístico, volte a ter a imagem que merece”, defende aquela responsável.

O Governo catalão anunciou na sexta-feira que o “sim” à independência obteve 90,18% dos votos no referendo de autodeterminação realizado a 01 de outubro, de acordo com os resultados definitivos transmitidos ao parlamento regional.

Segundo a contagem, o “sim” à independência recolheu 2,044 milhões de votos, o “não” obteve 177.547 (7,83%), 44.913 pessoas votaram em branco e 19.719 foram votos nulos, e votaram, no total, 2,286 milhões de pessoas, o que se traduz numa taxa de participação de 43,03% dos eleitores registados.

Uma vez proclamados os resultados oficiais do escrutínio, a chamada Lei do Referendo, que o parlamento catalão aprovou a 06 de setembro e que foi suspensa pelo Tribunal Constitucional espanhol, estipula que a Declaração Unilateral de Independência (DUI) seja emitida num prazo de 48 horas.