Inaugurada hoje, a Escola de Educação Rodoviária, localizada no Museu do Automóvel e desenhada em parceria com a Continental Mabor, destina-se a alunos dos 1.º e 2.º ciclos e simula uma cidade com aproximadamente mil metros quadrados que permite aos mais pequenos realizar um percurso com carrinhos de pedal, como se estivessem “numa estrada à séria”.

Ismael, nove anos, entrou no “automóvel” junto ao edifício da câmara municipal e começou logo a acelerar: “Eu já sei andar de bicicleta e até já andei na estrada”, avisou logo. “Sei que tenho que parar nos STOP, nos vermelhos, nas passadeiras, mas eu gosto é de acelerar”, confessou.

Maria, oito anos, queixa-se do peso da viatura. Escondida atrás do volante do carrinho de pedais, quase maior do que ela, espreita para ver se pode passar. Não pode. “Está ali um senhor guarda que não me deixa passar, disse que havia um ‘acidente’. E agora, que faço?”, questionou.

Dá a volta e regressa à estação de serviço. “Isto é muito giro. Primeiro uma professora ensinou-nos os sinais e as regras e agora estamos na estrada. Mas não é tão fácil como parece”, disse.

Antes de passarem à prática, as crianças tiveram uma aula teórica, de cerca de 15 minutos, sobre regras de segurança na estrada. Usar sempre capacete na bicicleta, o cinto de segurança no carro, ter cuidados com os peões, respeitar os sinais e olhos na estrada, são os concelhos dados aos miúdos que os responsáveis esperam que cheguem também aos graúdos.

“Aqui espera-se que aprendam as noções mais básicas de circulação nos passeios, nas passadeiras, mas também aquelas regras que terão influência sobre os pais, nomeadamente circulação com cinto ode segurança, cadeirinha quando a idade ou altura impõem, para que depois sensibilizem os pais para que a sua circulação na via seja muito mais segura”, explicou o comandante da Policia Municipal de Vila Nova de Famalicão, António Magalhães.

Os pés apressados de Ismael levaram-no a dar “umas oito voltas” ao circuito: “Só fiz ali uma asneira numa rotunda, entrei em ‘contramão’ e o polícia chamou-me logo”, descreveu.

Entretanto, Maria deixou o carro na oficina. “Prefiro a bicicleta”, admitiu, deitando os olhos ao cenário da escola.

Há lojas, de marcas de referência de Vila Nova de Famalicão, uma cadeia de ‘fast-food’, uma estação de serviço, casas, uma oficina com simulação de “todos os serviços” e até carrinhos dedicados às autoridades, bombeiros, GNR e uma ambulância.

“Numa estrada à séria os carros andam mais. Mas aqui é giro. Só é pena não haver comida”, apontou Ismael.