Vinte e cinco países, estados federais, províncias e cidades, incluindo Portugal, França e o estado norte-americano de Washington, juntaram-se na "aliança para a saída do carvão", lançada na quinta-feira sob iniciativa do Reino Unido e do Canadá.

Todos os membros da aliança comprometeram-se a acabar gradualmente com as centrais de carvão, embora em prazos diferentes.

Portugal assumiu o compromisso de encerrar as duas centrais produtoras de eletricidade a carvão, em Sines e no Pego, até 2030, segundo o ministro do Ambiente, João Matos Fernandes.

Apesar das metas fixadas, os países da "aliança para a saída do carvão" representam uma pequena parte do consumo de carvão, concentrado na Ásia, nomeadamente em países como China e Índia, que não aderiram ainda à aliança.

Ao subscrever a declaração da aliança, o estado norte-americano de Washington isola-se da iniciativa do Presidente, Donald Trump, que decidiu, em junho, sair do acordo de Paris, alcançado em 2015, sobre redução de emissões de gases com efeito de estufa.

A secretária de Estado Adjunta norte-americana para os Assuntos Ambientais disse em Bona na quinta-feira que a administração Trump mantém a decisão de sair do Acordo de Paris, mas continua empenhada em reduzir as emissões poluentes.

Durante a conferência, que começou na segunda-feira, foram feitos vários apelos, com o Presidente francês, Emannuel Macron, a pedir à Europa para compensar o financiamento que os Estados Unidos retiraram ao painel intergovernamental de peritos em alterações climáticas, para que possa continuar o seu trabalho.

A chanceler alemã, Angela Merkel, assumiu que a Alemanha - que não aderiu à aliança contra o carvão - ainda depende do combustível fóssil, embora ressalvando que as energias renováveis se converteram num "pilar fundamental".

Merkel reconheceu a dificuldade na redução das emissões de gases poluentes e instou a comunidade internacional a trabalhar com "seriedade e confiança" na aplicação do acordo climático de Paris, um "ponto de partida" nos esforços para combater o aquecimento global.

O secretário-geral da ONU, António Guterres, pediu mais ambição, mais liderança e mais parcerias na luta contra as alterações climáticas.

Por sua vez, o Programa da ONU para o Ambiente defendeu um "acordo mundial" contra a poluição que abranja os setores público e privado, fomente a produção e o consumo sustentáveis e invista "em grande" em tecnologias ecológicas.

A COP23, presidida pelas ilhas Fiji, mas realizada na capital alemã, reuniu delegados de cerca de 200 estados, incluindo mais de 150 ministros e responsáveis governamentais.

A conferência serviu para os dirigentes dos países definirem as regras de aplicação do Acordo de Paris, a começar pelos compromissos nacionais.