Pedro Pinto, um dos principais apoiantes de Santana Lopes nas eleições internas sociais-democratas discursou no 37.º Congresso Nacional do PSD, uma vez que é o primeiro subscritor de uma proposta temática que retoma a questão da alternativa e desafia a nova liderança a "dizer não a este Partido Socialista".

"Senhor presidente do partido: fiquei muito contente quando o ouvi na sua intervenção, de forma clara, a demarcar-se do PS e dizer de forma clara que nós vamos lá para ganhar", elogiou.

Pedro Pinto foi perentório: "eu não tenho dúvidas de que só há uma maneira de ganhar as próximas eleições, que é marcando claramente as nossas diferenças com o PS".

O líder da distrital do PSD/Lisboa assumiu que vinha para a reunião magna do partido com "a ideia" de que Rio não começaria por esclarecer algumas questões, mas destacou que o novo líder afinal o fez.

"Os nossos pontos de convergência com o PS são muito poucos", disse.

Pedro Pinto disse ser seu "convencimento profundo que o PS atual saltou o muro", para o lado da extrema-esquerda, e hoje está lá "por convicção".

"Por isso eu tenho muita dificuldade de perceber que haja qualquer possibilidade de entendimento na área da governação" [com o PS], explicitou.

Enganados, na opinião do social-democrata, estão aqueles "que estão convencidos de que o PS poderá em algum momento privilegiar" o PSD.

"O bloco central tem saudosos dentro do PSD. O bloco dos interesses tem saudosos dentro do PSD", criticou.

O deputado do PSD avisou que aqueles que pensam que "se ganham eleições trabalhando apenas dois meses de campanha eleitoral estão completamente enganados" uma vez que esta disputa "começou hoje com o discurso do líder do partido".

"Um discurso de demarcação do PS que é o nosso grande adversário", disse.

Para Pedro Pinto, "enganaram-se muito" aqueles que acharam que a moção que subscreveu era para "dificultar a vida de Rui Rio".

"Aqueles que estavam convencidos que esta era a moção contra o Rui Rio, enganaram-se porque esta é a moção que vai ajudar o doutor Rui Rio a ser o próximo primeiro-ministro de Portugal", concluiu.