“Gostaria de dizer que os consumidores europeus estão absolutamente protegidos. O nosso controle é muito restrito”, afirmou Vytenis Andriukaitis.

O comissário europeu da Saúde e da Segurança Alimentar falava aos jornalistas à margem da sétima conferência sobre tabaco e saúde, que contou também, na cerimónia de abertura, com o presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, e com a rainha Letícia, de Espanha.

Segundo o comissário europeu, logo que a crise da carne no Brasil foi conhecida “os mecanismos de alerta de todos os países reagiram imediatamente”.

“Aumentámos o controlo e imediatamente enviámos para o Brasil uma mensagem clara de que tem de parar de emitir certificados até se perceber o que está em causa”, acrescentou.

Vytenis Andriukaitis disse ainda que, este domingo, irá ao Brasil para “reunir com o Governo brasileiro, com o ministro da Agricultura e com as autoridades oficiais de controlo para discutir o problema”.

Segundo um porta-voz da Comissão Europeia, foi exigido às autoridades brasileiras a suspensão da licença de quatro estabelecimentos autorizados a exportar para a União Europeia (UE), entre as 21 empresas suspeitas de terem cometido irregularidades, acrescentou a mesma fonte. O pedido dos europeus foi aceite pelas autoridades brasileiras.

Contrariamente a Hong Kong, México, China, Chile e Japão, a UE não suspendeu na totalidade as suas importações de carne do Brasil.

Em 2016, a UE importou 450 milhões de euros de carne bovina do Brasil e 153 milhões de euros de aves.

Os principais clientes europeus são a Itália, que importou 155 milhões de carne bovina brasileira, e a Holanda, que importou 144,5 milhões de euros de carne bovina e 79 milhões de aves.

Na sexta-feira, os responsáveis das autoridades veterinárias dos 28 Estados-membros vão reunir-se em Bruxelas para fazer um ponto da situação sobre os desenvolvimentos e os controlos realizados desde a revelação do escândalo.

O ministro da Agricultura do Brasil, Blairo Maggi, expressou na segunda-feira passada a vontade de dialogar com todos os países que anunciaram restrições à importação da carne brasileira para oferecer explicações.

Um grande escândalo envolvendo empresas brasileiras veio a público na última sexta-feira após a polícia local ter realizado uma grande operação contra companhias que supostamente subornavam funcionários públicos para vender carne ilegal e até mesmo produtos estragados.

Pelo menos 30 pessoas foram detidas na sexta-feira, quando a polícia brasileira acabou por invadir mais de uma dúzia de unidades de processamento de carne.

Uma fábrica de processamento de aves do grupo multinacional BRF e duas fábricas de processamento de carne operadas pela empresa local Peccin foram fechadas.

A carne brasileira é exportada para mais de 150 países, com mercados principais como Arábia Saudita, China, Singapura, Japão, Rússia, Holanda e Itália.

As vendas de carne de aves em 2016 atingiram 5,9 mil milhões de dólares (5,4 mil milhões de euros na cotação de hoje) e de carne bovina 4,3 mil milhões de dólares (4 mil milhões de euros), segundo dados do Governo brasileiro.

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