“Se os Estados Unidos se atreverem a mostrar o mais pequeno sinal de intenção de eliminar o nosso líder supremo [Kim Jong-un], atingiremos sem piedade o coração dos Estados Unidos com o nosso poderoso martelo nuclear, aperfeiçoado e fortalecido com o tempo”, afirmou hoje um porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros, em declarações à agência norte-coreana KNCA e reproduzidas pela sul-coreana Yonhap.

O diretor da Agência Central de Inteligência (CIA, na sigla em inglês), Mike Pompeo, aludiu, na semana passada, à possibilidade de uma mudança de regime em Pyongyang, ao defender que o mais importante que Washington pode fazer é “separar a capacidade [nuclear] e alguém com um propósito [nuclear]”.

Segundo a Coreia do Norte, os Estados Unidos “ultrapassaram as marcas, e agora é claro que o objetivo final da administração Trump é a mudança de regime”.

Ao ver comprometido o seu futuro, Pyongyang “deve aniquilar de maneira preventiva aqueles países e entidades que estejam direta ou indiretamente envolvidos, mobilizando todo o tipo de ataques, incluindo os nucleares”.

Esta posição surge no mesmo dia em que a Coreia do Norte anunciou a visita ao seu território do segundo representante russo para as negociações sobre a desnuclearização do país, Oleg Burmistrov, a quem as autoridades norte-coreanas garantiram que não vão “ceder nem um milímetro” na sua intenção de reforçar o seu potencial nuclear.

Por outro lado, um alto responsável norte-coreano garantiu à agência noticiosa France-Presse que a decisão dos EUA de proibirem os seus cidadãos de viajar para Pyongyang não terá impacto no setor do turismo daquele país asiático.

A interdição norte-americana seguiu-se ao primeiro lançamento bem-sucedido por Pyongyang de um míssil intercontinental e, em particular, à morte do turista Otto Warmbier, que tinha sido detido há mais de um ano na Coreia do Norte.

O estudante norte-americano tinha sido condenado em 2016 pela justiça norte-coreana a 15 anos de trabalhos forçados pelo roubo de um cartaz de propaganda. O jovem foi repatriado, em coma, em junho para os EUA, onde morreu alguns dias depois.

Cerca de cinco mil turistas ocidentais, entre os quais um milhar de americanos, visitam todos os anos a Coreia do Norte, segundo dados de agências de viagem. O circuito normal de sete dias custa cerca de 2.000 dólares (1.700 euros).

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