A política do presidente americano é uma forma de "nazismo do século XXI", afirma o editorial da Korea Central News Agency (KCNA) ao criticar o slogan "America First" [América em Primeiro Lugar] de Trump.

"O princípio 'America First' defende a dominação mundial por meios militares, como foi o caso do conceito de ocupação mundial de Hitler", escreveu a agência estatal norte-coreana.

Trump segue "a política ditatorial de Hitler" para dividir os outros em duas categorias, "amigos e inimigos", para justificar a "supressão" dos últimos, completa.

O jornal The Telegraph, citando a agência, escreve que a "estratégia de duas nações" de Trump para a península coreana é "baseada nas políticas ditatoriais de Hitler que separam as pessoas dos seus pares, justifica a opressão e criam uma atmosfera de medo nos círculos políticos, sociais, de media e de informação americanos".

O editorial em questão criticou ainda a administração dos EUA por ter provocado "um círculo vicioso de destruição, abate e instabilidade no Médio Oriente", bem como de prejudicar o meio ambiente global ao saírem do acordo de Paris sobre mudanças climáticas.

Surge aqui ainda um apelo para que "todas as nações se unam e lutem contra a hegemonia dos EUA".

'Ofender' inimigos

Na semana passada, Pyongyang chamou Trump de "psicopata" num contexto de tensão pela morte do estudante americano Otto Warmbier, repatriado em estado de coma para os Estados Unidos depois de passar alguns anos detido numa prisão norte-coreana.

Em 2014, a agência KCNA chamou o então presidente americano Barack Obama de "bastardo de sangue mestiço" com "aparência de macaco".

Antes, a Coreia do Norte comparou a ex-presidente sul-coreana Park Geun-Hye com uma "prostituta" e Obama com um "proxeneta".

Apesar dos ataques frequentes, o regime norte-coreano não tem o hábito de comparar os seus inimigos ao führer alemão. A exceção aconteceu quando o ex-presidente americano George W. Bush incluiu a Coreia do Norte no seu "eixo do mal", ao lado do Iraque e do Irão.

Pyongyang respondeu dizendo que Bush era um "tirano que deixa Hitler pequeno" e um "político imbecil carente da mais elementar moralidade".