Uma posição que constou logo da parte inicial do discurso proferido por António Costa na 72ª sessão anual da Assembleia Geral das Nações Unidas.

As primeiras palavras de António Costa destinaram-se a expressar as condolências e a solidariedade de Portugal em relação ao México, após o sismo ocorrido na terça-feira, e ao secretário-geral das Nações Unidas, antigo primeiro-ministro de Portugal (1995/2002) e líder do PS (1992/2002).

"É com profunda emoção que me dirijo hoje à Assembleia dos Povos' na presença do primeiro secretário-geral das Nações Unidas português. Diante de si reafirmo, solenemente, o compromisso de Portugal com as Nações Unidas e o multilateralismo, assente no primado do Direito Internacional e nos princípios e valores da Carta. As suas prioridades, senhor secretário-geral, são as nossas prioridades", declarou António Costa, que foi secretário de Estado e ministro da Justiça dos governos liderados por Guterres.

De acordo com o atual primeiro-ministro, a política externa e a agenda de António Guterres coincidem na vontade de existirem umas Nações Unidas "mais fortes, solidárias, capazes de prevenir os conflitos, aliviar o sofrimento humano e promover a paz e a prosperidade".

"E umas Nações Unidas mais transparentes, mais eficazes, mais adaptáveis a um mundo em constante mutação. Saudamos e apoiamos o dinamismo que, desde o início do seu mandato, incutiu à reforma do sistema das Nações Unidas para que este possa cumprir melhor os seus nobres desígnios. É que só as Nações Unidas dispõem da vocação universal e dos atributos essenciais para, com os Estados-membros, responderem aos desafios, cada vez mais complexos, do nosso tempo", sustentou o líder do executivo português.

Em relação aos conflitos com a Coreia do Norte, entre israelitas e palestinianos, na Líbia e na Síria, António Costa voltou a manifestar apoio à "bandeira da diplomacia para a paz" adotada por António Guterres e sustentou que a via para a sua resolução tem de ser política e diplomática - capítulo do seu discurso em que também caraterizou o terrorismo como "uma ameaça global".

"Portugal condena firme e inequivocamente todos os atos terroristas; sublinha a importância da vertente da prevenção e da luta contra a radicalização, o extremismo violento e o recrutamento; e participa ativamente no combate ao terrorismo, designadamente no quadro da coligação global contra o Daesh, congratulando-se com os sucessos militares conseguidos no Iraque, ao longo do último ano", disse.

Portugal, segundo António Costa, "tem como uma das prioridades mais claras da sua política externa a participação nas operações de paz e de capacitação institucional realizadas no âmbito das Nações Unidas".