No debate quinzenal de hoje, Assunção Cristas não poupou nas palavras para criticar a atuação do executivo na tragédia dos incêndios do fim de semana passado - que já mataram pelo menos 42 pessoas -, considerando que aquilo que o Governo teve para dizer aos portugueses foi "salve-se quem puder".

"Não teve sentido de Estado. E vou dizer-lhe uma coisa senhor primeiro-ministro, olhos nos olhos: o senhor teve uma oportunidade, que foi a seguir a Pedrógão, de mostrar que era capaz de estar à altura das responsabilidades que são exigidas a um primeiro-ministro", atirou.

No entanto, para a líder centrista, aquilo que Costa mostrou "foi que não estava à altura, que não era capaz, que não previu e deixou que a tragédia se repetisse".

"E é por isso que nós não podemos voltar a ter confiança em si, que os portugueses não têm confiança em si e é por isso que nós apresentamos e cá estaremos para discutir uma moção de censura ao seu Governo, do qual é o primeiro e último responsável", concluiu.

Para Assunção Cristas, durante e depois da tragédia do fim de semana pasado, houve uma sucessão de "intervenções absolutamente inqualificáveis".

De acordo com a líder do CDS-PP, aquilo que mudou este ano foi a competência e a coordenação, uma vez que não foi nem o clima nem a floresta.

"Quando o senhor primeiro-ministro nos diz que tem que fazer tudo e tem o dever de tudo fazer, eu tenho que lhe responder que o senhor falhou redondamente porque não fez tudo o que devia ter feito. Lamento, mas não fez", condenou.

Os operacionais e os meios aéreos para o fim de semana, segundo a deputada do CDS-PP, "eram em menor número do que aqueles que estavam posicionados em maio".

"É normal que não se tenha garantido em especial os meios para o passado fim de semana quando todos os avisos meteorológicos apontavam para risco máximo? Não, não é normal, é no mínimo incúria", disse Cristas, numa sucessão de perguntas e críticas à atuação das autoridades nesta tragédia.