“Temos de conseguir diminuir substancialmente a taxa que temos de acidentes vasculares cerebrais e de outras doenças que, entre outros fatores, são potenciadas pelo sal”, disse à agência Lusa o bastonário, Miguel Guimarães.

O CDS-PP conseguiu aprovar na quinta-feira à noite uma proposta para eliminar o ‘imposto do sal’, tendo contado com a abstenção do PCP para deixar a medida de fora do Orçamento do Estado para 2018 (OE2018).

“Gostava de ver os nossos políticos - Ministério, Governo e parlamento - a terem um papel mais importante na promoção da saúde pública e prevenção da doença”, declarou o médico.

Depois de a votação deste artigo da proposta orçamental, apresentada pelo Governo, ter sido adiada para hoje, foi votada uma proposta do CDS-PP para eliminar a medida, tendo sido aprovada com os votos a favor do PSD e do CDS-PP e com a abstenção do PCP (o PS e o BE votaram contra).

Miguel Guimarães referiu que o investimento em promoção da saúde e prevenção da doença é menos de 1% do orçamento para o setor, de acordo com um estudo realizado ao nível do Conselho Nacional de Saúde: “A investir o valor que neste momento estamos a investir não vamos a lado nenhum”.

Na proposta de OE2018, o Governo tinha incluído a criação de um novo imposto de 0,80 euros por quilo sobre as bolachas, biscoitos, batatas fritas e desidratadas e flocos de cereais quando estes alimentos tiverem mais de um grama de sal por cada 100 gramas de produto.

O Governo estimava que este imposto rendesse 30 milhões de euros, uma verba que queria consignar ao Serviço Nacional de Saúde "para a prossecução dos programas para a promoção da saúde e para a prevenção da doença".