Ivo Poppe, de 61 anos, apelidado pela comunicação social de "diácono da morte", poderia ser um dos piores assassinos em série da história da Bélgica.

Poppe foi preso em maio de 2014, depois do seu psiquiatra ter revelado à Justiça as suas confidências, segundo as quais teria "praticado a eutanásia ativamente a dezenas de pessoas".

Após confissões parciais durante a investigação, o homem retratou-se e negou a autoria dos crimes, ou seja, "pelo menos 10" assassinatos, entre eles o da sua mãe, de outros três parentes e de dois pacientes, segundo a acusação.

No entanto, a lista pode ser maior, principalmente porque Poppe trabalhou durante cerca de 30 anos num hospital de Menen.

Primeiro como enfermeiro, nos anos 1980 e 1990, antes de realizar visitas pastorais até 2011, após ser ordenado diácono.

No total a investigação analisou uma lista de pelos menos 50 mortes suspeitas, estabelecida a partir de notas do acusado, que tinha uma relação com os mortos.

A maioria das suas supostas vítimas morreu por uma injeção de ar nas veias. Durante a investigação, assegurou que agia "por compaixão, para poupar sofrimento físico e psíquico" aos falecidos, a maior parte idosos.

A primeira morte imputada a Poppe ocorreu em 1978, e a última em 2011. Esta corresponde à da sua mãe, que morreu aos 89 anos, quando sofria de depressão. Os médicos desmentem que ela tenha solicitado a eutanásia, como sustenta seu filho.

Na Bélgica, a eutanásia é considerada legal desde 2002 para os pacientes que sofrem de um mal incurável e que realizaram a solicitação de forma "voluntária, pensada e repetida".