“A minha avaliação pessoal é de que tenho uma grande preocupação [com a situação da Guiné-Bissau] porque acompanhei muito de perto o processo da libertação nacional, conheço muitos dos líderes – alguns vivos, outros já não – e, portanto, sei das preocupações deles e de muitos outros que estão a ver este impasse prolongar-se sem encontrar uma saída”, afirmou.

A diretora-geral, que é guineense, fez questão de mencionar que não falava em nome da CPLP já que quem acompanha as questões políticas no bloco é a secretária-executiva, a são-tomense Maria do Carmo Silveira, mas explicou que a instituição tem feito “um esforço em falar, entender e criar pontes” dentro da Guiné-Bissau para solucionar o impasse político.

“Estamos cientes de que a solução é guineense, que a solução deve ser encontrada em conjunto e que quando a solução for encontrada ela deve ser implementada”, destacou.

A Guiné-Bissau tem vivido uma situação de crise institucional desde as últimas eleições, com um afastamento entre o partido vencedor das legislativas, o Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC) e o Presidente da República, José Mário Vaz.

Georgina Benrós de Mello participa esta semana em reuniões de preparação para o Conselho de Ministros da CPLP, que se realiza em Brasília na quinta-feira.

Falando sobre ações de cooperação discutidas nestas reuniões preliminares, a diretora geral da CPLP referiu que os participantes realizaram um grande debate sobre os pontos focais da cooperação do bloco, que tratou de práticas internas.

“A preocupação com a organização, a preocupação interna foi fundamental nesta reunião [em Brasília]”, disse.

“Fizemos um exercício de reflexão que não terminou agora, que ainda deve continuar noutra reunião na segunda metade do ano (…) Nós [da CPLP] sabemos que precisamos ter mais impacto, precisamos chegar até às nossas populações. Para fazer isto, é necessário trabalhar em rede unindo informações de diferentes setores dos países-membros”, disse.

A CPLP é atualmente composta por Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Guiné Equatorial, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste.

O Brasil ocupa a presidência rotativa do bloco desde a XI cimeira da organização, realizada em Brasília, no final de outubro de 2016.