"A Doca da Marinha era, no fundo, a peça que faltava para ligação até à parte seguinte que já está recuperada pela Administração do Porto de Lisboa [APL], que é toda a zona do Terminal de Cruzeiros", afirmou o presidente da Câmara, em declarações aos jornalistas no final da cerimónia.

Quanto aos pormenores da intervenção, "o muro [da doca] vai desaparecer" e "toda aquela zona vai fica aberta, fronteira ao rio".

Já a Avenida Infante D. Henrique terá um perfil novo, mas mantém a largura e a circulação automóvel.

Medina explicou que "vai ser dada sequência à plantação de árvores", e haverá também um "alargamento da circulação pedonal, porque vai entrar na zona que atualmente tem o muro".

"Vai haver uma avenida arborizada, pedonal, com ciclovia, que vai prolongar a ciclovia que já vem pela avenida marginal", acrescentou.

Quanto aos edifícios que se encontram atualmente naquele espaço, "todas as construções vão ser demolidas, tudo aquilo vai ser limpo, quer as que estão do lado nascente, quer as que estão do lado poente, e vai ficar toda uma zona ampla, larga, aberta ao rio".

"A grande transformação que se vai ver é que quem hoje passa ali vê o muro, e quem vê por trás do muro vê um parque de estacionamento, e o que vai ver [depois da intervenção] é rio", precisou o autarca.

Fernando Medina (PS) admitiu que aquela zona poderá vir a ter "construções de natureza provisória que sirvam de estruturas de apoio", como bar e restauração, ou equipamentos culturais, questão que a Câmara está "a estudar e avaliar".

O "sonho" do autarca é que aquela doca "possa ter um posto de acostagem regular, quer do [navio-escola] Sagres, quer do [navio de treino de mar] Creoula, permitindo a visita das pessoas a estes dois navios emblemáticos da Marinha Portuguesa".

"Vamos iniciar a fase de projeto e de estudos, mas é uma das obras que eu tenho empenho em que esteja concluída neste mandato", referiu o presidente da Câmara, que se escusou a adiantar valores de investimento, alegando que "ainda é cedo para dizer".

Ainda assim, Medina precisou que "será um investimento da Câmara", dado que o acordo refere que a "Marinha disponibilizou o espaço, transfere os equipamentos que aqui tinha de combate à poluição para a Doca de Santo Amaro, e a Câmara constrói o edifício que a Marinha necessitará nessa doca".

"Por isso nós teremos dois investimentos, a recuperação de toda esta zona, e a construção do edifício que a Marinha perde deste lado", elencou.

A Câmara Municipal de Lisboa, a APL e a Marinha assinaram hoje o protocolo de cooperação que permitirá esta intervenção - que frisaram ser importante para devolver a cidade aos munícipes -, numa cerimónia que contou também com a presença da ministra do Mar, Ana Paula Vitorino.

Falando aos jornalistas, Fernando Medina adiantou que a intervenção na antiga estação fluvial Sul e Sueste está "em fase de trabalho e arranque de obra", pelo que irá arrancar "em breve".

Em setembro de 2016, na cerimónia de assinatura do protocolo para cedência do edifício, que dará lugar a um terminal de atividade marítimo-turística, o diretor-geral da Associação Turismo de Lisboa não quis apontar uma data para o início dos trabalhos, mas apontou que o objetivo era que a intervenção terminasse no final de 2017.

Questionado sobre a razão do atraso, o presidente explicou hoje que se prendem com questões técnicas que estão a ser analisadas com o Laboratório Nacional de Engenharia Civil, por forma a não por em risco a estrutura do Metropolitano.

[Notícia atualizada às 18:07]

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