"O incêndio está, neste momento, a circundar Ortiga", disse à agência Lusa o presidente da Câmara de Mação, Vasco Estrela, referindo que outra frente passou por Rosmaninhal e cria agora uma "situação crítica" na população de Vale de Abelha.

Para já, assegurou, ainda "não foi preciso retirar pessoas".

Segundo o vice-presidente do município, António Louro, seria apenas "uma questão de aguentar mais algumas horas" para o incêndio ser dado como dominado.

Ao início da tarde, depois de uma situação de aparente acalmia, começou a surgir no horizonte uma grande coluna de fumo, junto a Ortiga.

"O que acontece é que os combustíveis estão secos e a extensão de área ardida é tão grande que é impossível de controlar toda a área rescaldada. Se começa a arder, reacende-se e reacende-se imediatamente com enorme intensidade", notou.

De uma situação em que não havia quase fogo nenhum, "passa-se para a desordem total", sublinhou.

Já na quinta-feira a aldeia de Ortiga tinha sido ameaçada pelas chamas e hoje de manhã habitantes da localidade referiam à agência Lusa que não conseguiam descansar porque ainda havia zonas verdes com o risco de arderem.

As suas preocupações acabaram por se confirmar.

Os incêndios de Mação, em Santarém, e de Gavião, em Portalegre, tiveram várias reativações hoje à tarde, confirmou a Autoridade Nacional da Proteção Civil (ANPC).

“Temos uma reativação do incêndio de Gavião, no distrito de Portalegre, e temos o incêndio em Mação, em Santarém, que de manhã estava com uma perspetiva um bocadinho diferente. Neste momento estamos com o incêndio já com várias reativações”, disse à Lusa, cerca das 16:15, a adjunta-nacional de operações da ANPC, Patrícia Gaspar.

De acordo com Patrícia Gaspar, as zonas mais críticas do incêndio de Mação localizavam-se “um pouco em todo o flanco oeste e sul deste incêndio”: a zona de Alvega, em Abrantes, as zonas de Murteira, Vale da Abelha e Ortiga e Romaninhal, em Mação, e ainda Vale de Onegas, já no concelho do Sardoal. Do lado de Portalegre “temos neste momento uma frente de incêndio com desenvolvimento complexo, que vai no sentido das [localidades de] Torre Cimeira e Torre Fundeira”, acrescentou. “Estamos a colocar meios para avaliação da situação, proteção das pessoas e, se necessário for, retirar quem tiver de ser retirado destas localidades”, disse ainda.

De acordo com a página da ANPC na internet, às 16:30 o fogo com origem em Mação estava a ser combatido por 709 operacionais, ajudados por 217 veículos e nove meios aéreos. O incêndio do Gavião tinha no combate 233 operacionais, ajudados por 78 veículos e três meios aéreos.