Os recentes incêndios na zona centro do país “provocaram danos significativos nas redes da EDP Distribuição, com gravidade bastante superior à verificada em junho nos incêndios de Pedrogão”, revelou a EDP Distribuição, num comunicado enviado à agência Lusa.

De acordo com a empresa, na sequência dos incêndios de domingo ficaram afetadas seis subestações e estiveram fora de serviço 40 linhas de Média Tensão “entretanto reparadas até ao final do dia de ontem [quarta-feira].

Na rede de baixa tensão ficaram destruídos 13 postos de transformação e cerca de 100 km de linhas “de forma muito dispersa por cada região” e, segundo a EDP, com particular impacto em várias localidades de Santa Comba Dão, Tondela, Vouzela, Oliveira de Frades, Oliveira do Hospital, Tábua, Arganil, Pampilhosa, Góis, Mortágua, Vila Nova de Poiares, Sertã e Oleiros.

Os trabalhos de reconstrução contam com a mobilização de 800 operacionais, apoiados por centena e meia de viaturas, alguns destacados de outras zonas do país.

A EDP Distribuição mantém a previsão efetuada, na terça-feira, de vir a ter o abastecimento de energia elétrica assegurado “à generalidade dos clientes até ao final do dia de sexta-feira”.

Nas situações de reparação mais demorada, “estão instalados 40 geradores de emergência”, sublinhou ainda a empresa, que tem contado igualmente com “a colaboração das autarquias, em particular no auxílio prestado na identificação das situações mais criticas”.

A EDP mantém ainda o alerta para que as pessoas das regiões atingidas pelos incêndios, por razões de segurança, não tocarem em quaisquer linhas partidas, bem como para o cuidado a ter com a colocação de geradores em locais pouco ventilados, podendo o seu uso inadequado provocar intoxicações.

As centenas de incêndios que deflagraram no domingo, o pior dia de fogos do ano segundo as autoridades, provocaram 43 mortos e cerca de 70 feridos, mais de uma dezena dos quais graves.

Os fogos obrigaram a evacuar localidades, a realojar as populações e a cortar o trânsito em dezenas de estradas, sobretudo nas regiões Norte e Centro.

O Governo decretou três dias de luto nacional, entre terça-feira e hoje.

Esta é a segunda situação mais grave de incêndios com mortos este ano, depois de Pedrógão Grande, em junho, em que um fogo alastrou a outros municípios e provocou, segundo a contabilização oficial, 64 mortos e mais de 250 feridos. Registou-se ainda a morte de uma mulher que foi atropelada quando fugia deste fogo.