“A Ordem dos Enfermeiros teve conhecimento da recusa, por parte das Finanças, em contratar mais enfermeiros, pelo menos até ao final do ano, em pleno período de contingência da gripe, num inverno em que se prevê um vírus “dominante”, segundo a Direção-Geral da Saúde”, lê-se num comunicado hoje divulgado pela Ordem dos Enfermeiros, que refere, citando a bastonária, que a informação chegou através dos conselhos de administração dos hospitais.

Para a Ordem dos Enfermeiros a consequência é o aumento do número de doentes por enfermeiro “numa altura crítica”, comprometendo a “segurança e a qualidade dos cuidados de saúde prestados”, e o aumento do “falso trabalho extraordinário”.

“Enquanto o Governo impede a contratação de enfermeiros, o falso trabalho extraordinário aumenta, os hospitais devem milhares de horas aos enfermeiros - mas não têm dinheiro para lhes pagar nem dias de folga para dar -, e um em cada cinco enfermeiros está em exaustão emocional (estudo da Universidade do Minho)”, refere o comunicado.

Os enfermeiros acusam ainda o ministro da Saúde de apresentar “números falsos” de contratação destes profissionais, “porque contam com as substituições dos enfermeiros que entram de baixa”.

Segundo as estimativas da Ordem, que tem por base médias da OCDE, faltam em Portugal 30 mil enfermeiros para se atingir o rácio de 9,1 enfermeiros por mil habitantes – atualmente, dizem, existem 6,1 enfermeiros para cada mil habitantes.

“Perante este cenário, a Ordem apela a todos os enfermeiros que, de imediato, se recusem a fazer mais horas extraordinárias”, conclui o comunicado.

Contactado pela Lusa, o Ministério da Saúde não quis fazer comentários.

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