Em declarações à Lusa, o secretário-geral adjunto do Sindicato dos Enfermeiros de Luanda, António Kileba, afirmou existir “má-fé” por parte do gabinete provincial de Saúde e do governo de Luanda na resolução das inquietações”, na sequência das negociações após a suspensão da greve prevista para maio.

“Com documentos assinados e com prazos estabelecidos, quando não se cumpre o que foi acordado, estamos em crer que não vai restar-nos mais nada se não acionarmos a lei da greve para fazer valer os seus anseios”, disse.

Segundo o sindicalista, depois da suspensão da greve em maio, no quadro das negociações com o governo provincial de Luanda, foram criadas duas comissões técnicas, para levantamento de todo pessoal com retroativos em atraso e outra para apurar os subsídios de consulta em atraso.

“Este processo terminou no dia 10 de agosto, concluímos o processo, mas a outra comissão, que é a de subsídios daqueles profissionais que fazem consulta nos hospitais e centros de saúde onde não há médicos, até aqui não reuniu, não por falta de tempo, mas sim por má-fé por parte do gabinete provincial de Saúde e do governo da província”, explicou.

A defesa da carreira de enfermagem, a falta de promoção destes profissionais e ainda o envelhecimento de quadros do setor são outras preocupações que segundo António Kileba preocupam os cerca de 7.000 enfermeiros de Luanda.

“A nível do sindicato, queríamos que esta situação estivesse já resolvida. A paciência dos profissionais está ao fim e doravante vamos esperar pela resolução ou então acionarmos a greve”, disse.

Ainda assim, António Kileba disse esperar por uma “nova acutilância” do novo executivo empossado no sábado, incluindo o novo governo provincial de Luanda, “sobretudo no setor da Saúde, com meios hospitalares e medicamentos à altura”, de forma a evitar “os grandes males que ainda enfermam o setor”.

A Lusa noticiou a 08 de maio que o Sindicato dos Enfermeiros de Luanda decidiu suspender a greve prevista para aquele dia, afirmando ter recebido garantias do Governo em solucionar as revindicações de há cinco anos, até agosto, como pagamento de retroativos, ajuste salarial e subsídios.

“O governo de Luanda assumiu as culpas de não ter pagado antes e respondidas as nossas preocupações e assumiu também terminar com este processo até ao mês de agosto pagando os retroativos e subsídios em falta”, disse na ocasião António Kileba.

Adriano Mendes de Carvalho é desde sábado o novo governador da província de Luanda, indicado pelo Presidente angolano, João Lourenço, para substituir o general Higino Carneiro, agora segundo vice-presidente do parlamento angolano.