Com meio século de vida, que se assinala quarta-feira, a UAL admitiu, no ano passado, 214 pessoas no internamento, com uma taxa de ocupação na ordem dos 82,2%, e realizou 14 mil eventos assistenciais.

Ana Croca, coordenadora da UAL, disse à agência Lusa que as 25 camas de que a unidade dispõe não estão atualmente todas ocupadas por causa da falta de médicos, depois da unidade se ter confrontado no passado com falta de enfermeiros e de assistentes operacionais.

Depois de ter estado sem médico no internamento, a UAL conta agora com dois psiquiatras, um dos quais frequentemente em falta devido a doença, e um médico de saúde pública.

Por contratação por empresa, a unidade dispõe ainda de um médico de medicina geral e familiar que assegura 35 horas e 30 horas de psiquiatria asseguradas por três médicos.

Recentemente foi contratada uma médica reformada que irá trabalhar no internamento.

Sobre o tipo de doentes assistidos na UAL, Ana Croca afirmou que muito mudou desde o alcoólico típico que só bebia e que chegava a um mau estado físico e psicológico.

Entre as principais diferenças constam as pessoas com policonsumos, que associam o consumo do álcool ao dos comprimidos e da droga.

Por outro lado, acrescentou, a esta unidade chegam também pessoas enviadas por serviços judiciários, após situações de violência, como a violência doméstica, além de condutores apanhados a conduzir com álcool.

Cada vez mais mulheres, com várias patologias, nomeadamente depressões associadas ao alcoolismo, chegam a esta unidade, ao contrário do que acontecia há meio século.

A 02 de abril de 1967, no 25º Aniversário da inauguração do Hospital Júlio de Matos, foi inaugurado o Centro António Flores que recebeu o nome do primeiro diretor do hospital, materializando-se assim a construção de “um centro de recuperação de alcoólicos e de um hospital de dia e de noite, a integrar no conjunto do Hospital de Júlio de Matos”, como consta no Decreto-Lei 45465, de 26 de dezembro de 1963.