Escreve do espanhol EL ESPAÑOL que a Polícia Nacional se deslocou à Universidade Autónoma de Madrid e “irrompeu” pela instituição de ensino por causa da atitude “violenta” do piquete de greve que estava a impedir alunos de entrar no campus.

“Um grupo de 50 pessoas encontrava-se à porta do campus, impedindo a entrada e saída de alunos”, contou um aluno de Ciências Económicas ao site de informação espanhol, adiantando que foram colocados cadeados nas portas e cadeiras a impedir o acesso à faculdade, e que foram arrancadas portas, inclusivamente.

A Polícia Nacional foi então obrigada a intervir, tendo o piquete dispersado “já com uma atitude pacífica”, relata a EFE.

Escreve ainda o EL ESPAÑOL que a maioria das aulas na faculdade estava a decorrer “com toda a normalidade” durante esta greve, ainda que se registe menor afluência às aulas.

Esta greve, que abrange todos os níveis de ensino, foi convocada para protestar contra o ministro da educação José Ignacio Wert, explica a publicação espanhola. Em causa estão os cortes na Educação, e o apelo à revogação do LOMCE e do polémico decreto 3+2.

A LOMCE (Lei Orgânica para a Melhoria da Qualidade Educativa), conhecida como "Lei Wert", foi aprovada em 2013 e introduz mudanças nas provas de avaliação para o acesso aos vários graus de ensino, no Ensino Secundário Obrigatório (ESO) e nos currículos.

O decreto 3+2 permite às universidades oferecer cursos de três anos (licenciatura) + 2 (mestrado), em alternativa aos cursos de quatro anos. Segundo o Governo a medida - recebida com grande contestação - visa permitir maior flexibilidade no Ensino Superior ao nível da oferta educativa e conjugar o modelo educativo espanhol ao adotado em outros países europeus (Processo de Bolonha).