O PSOE (Partido Socialista Operário Espanhol), o segundo partido mais votado nas últimas eleições legislativas que lidera a oposição ao Partido Popular (direita) no poder, pediu que o presidente dos socialistas europeus, Sergei Stanishev, “retire [a Dijsselbloem] o apoio político de toda a família social-democrata”, considerando que as palavras do holandês são “profundamente ofensivas, xenófobas e machistas”.

O responsável pelas matérias relacionadas com a União Europeia do PSOE, Ricardo Cortés, defendeu que o presidente do Eurogrupo deve “cessar imediatamente” de exercer essas funções e recordou que não é a primeira vez que o holandês expressa publicamente a sua visão “estreita” sobre a solidariedade e a coesão entre os Estados-membros.

Jeroen Dijsselbloem acusou, em declarações ao diário alemão Frankfurter Allgemeine Zeitung publicado na segunda-feira, os países do sul da UE de “gastar todo o dinheiro em copos e mulheres”.

O Unidos Podemos (extrema-esquerda), o terceiro mais votado, também exigiu a demissão imediata de Jeroen Dijsselbloem, pela sua afirmação “irresponsável”, tendo o deputado desta coligação Juan López de Uralde insistido que se tratava de uma afirmação “absolutamente falsas”.

O Governo português, por intermédio do ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, na terça-feira, e do primeiro-ministro, António Costa, hoje, já pediram o afastamento de Dijsselbloem da presidência do fórum de ministros das Finanças da zona euro, posição subscrita, também hoje em Bruxelas, pelo Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa.

"A Europa só será credível com um projeto comum no dia em que o senhor Djisselblom deixe de ser presidente do Eurogrupo e haja um pedido de desculpas claro, relativamente a todos os países e povos que foram profundamente ofendidos por estas declarações", disse hoje António Costa.