Os Estados Unidos aprovaram hoje um pacote de sanções à Rússia, em causa está a alegada interferência de Moscovo no decurso das eleições americanas, nomeadamente nas primárias democratas.

A expulsão de 35 diplomatas russos e o encerramento de duas instalações russas em Nova Iorque e em Maryland fazem parte deste pacote de sanções a Moscovo. Os diplomatas russos têm ordens para deixar os Estados Unidos, juntamente com as suas famílias, dentro de 72 horas.

A administração Obama impõe também sanções aos dois principais serviços de inteligência da Rússia, GRU e FSB. A Casa Branca acredita que Moscovo ordenou os ataques ao Partido Democrata e outras organizações políticas.

Os Estados Unidos apontam o dedo a seis cidadãos de nacionalidade russa e a cinco entidades do país por alegadas ligações a "atividades maliciosas online significativas".

Esta é a primeira vez que nomes de funcionários russos alegadamente envolvidos nos ataques cibernéticos são revelados publicamente através da lista de sanções.

O Departamento do Tesouro dos Estados Unidos justificou esta decisão, por a Rússia estar a tentar "minar os processos eleitorais ou instituições".

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, pediu aos aliados para que se oponham à Rússia nos esforços para "interferir com a governação democrática". Obama não deixa dúvidas: "este ataque informático só pode ter sido dirigido por altas figuras da administração russa". "Todos os americanos devem estar preocupados com as ações da Rússia", completou.

Estas ações têm como objetivo "prejudicar os interesses dos EUA" e violam, de acordo com o descrito em comunicado, "as normas internacionais".

A Rússia sempre recusou eventuais envolvimentos na política interna dos Estados Unidos.

Espera-se, no entanto, que a Rússia tenha uma atitude semelhante e expulse diplomatas americanos do seu país.

Do lado americano, há a promessa de mais ações no futuro. Como conclusão do comunicado fica a garantia de que os Estados Unidos vão tomar outras medidas “no momento que escolherem”, entre as quais “operações que não serão publicamente divulgadas”.