"A moderação é o caminho escolhido e tomado pelo Irão. Não ameaçamos ninguém, mas ao mesmo tempo não toleraremos consecutivas ameaças", disse o presidente iraniano Hassan Rohani no seu discurso em Nova Iorque, na Assembleia Geral das Nações Unidas.

Numa clara resposta a Donald Trump, que ontem lançou duras críticas ao Irão, dizendo que este país mascara "uma ditadura corrupta, disfarçada de democracia", acusando-o de ser um Estado que exporta "violência, o derramamento de sangue e o caos". Uma vergonha para Washington, disse o presidente norte-americano, Rohani criticou "a retórica ignorante, absurda e odiosa, cheia de alegações ridículas e sem fundamentos, que foi utilizada neste recinto" na terça-feira.

"O Irão não será o primeiro a violar o acordo nuclear, mas vai responder determinada e decididamente a qualquer violação", disse ainda Rohani salientando que os Estados Unidos deixassem a qualquer intenção de abandonar o acordo que tenha ficado no ar após o discurso de Trump."Só destruiriam a sua credibilidade", acrescentou.

O acordo entre Estados Unidos e Irão, selado sobre a administração de Barak Obama, foi apoiado pela comunidade internacional e pelo Conselho de Segurança da ONU, mediante a resolução 2231.

No entanto a postura deste novo executivo da Casa Branca é diferente. Altos funcionários do governo americano - como o secretário de Estado Rex Tillerson e a embaixadora ante a ONU, Nikki Haley - já deixaram claro que são favoráveis a uma renegociação dos termos desse acordo.

Em Washington, Trump disse, esta quarta-feira, aos jornalistas que já tinha chegado a uma decisão sobre a questão do acordo com o Irão, mas não deu detalhes, afirmando que só mais tarde a tornará pública.

A Casa Branca tem até 15 de outubro para informar ao Congresso sobre uma nova retificação do acordo.