As mudanças, que visam criar uma "nova vida" no museu, foram anunciadas pela diretora, Penelope Curtis, num encontro com os jornalistas na sede da entidade, no edifício que acolhe a exposição permanente da coleção de arte moderna.

"O desafio é criar um museu permanente com a Coleção Moderna da Gulbenkian, e em permanente renovação", assinalou a diretora, acrescentando que a mais recente mudança das obras, com 94 peças, trabalha novos artistas e apresenta aquisições recentes, nomeadamente de Hugo Canoilas e João Louro.

O objetivo é "encorajar as pessoas a visitar e revisitar um museu com uma coleção permanente que será renovada periodicamente, mas mantendo alguns artistas chave da História da arte portuguesa do século XX", como Amadeo de Souza-Cardoso, que mantém um conjunto de obras expostas, agora relacionadas com instrumentos musicais.

Para Penelope Curtis, que dirige as Coleções Moderna e Coleção do Fundador do Museu Calouste Gulbenkian desde há dois anos, após ter saído da Tate Britain, em Londres, "é importante para as escolas terem disponível em permanência uma exposição da arte moderna portuguesa".

Desde as mudanças que veio implementar no museu, que levaram ao fim da designação do Centro de Arte Moderna (CAM), e a criação de um museu único com duas coleções, bem como a instituição de um bilhete único, os visitantes "têm vindo a aumentar na Coleção Moderna, sobretudo estrangeiros", indicou.

Durante a visita com os jornalistas à exposição permanente renovada com as novas obras, decorriam várias visitas guiadas para alunos, desde crianças a adolescentes, que percorreram os vários núcleos patentes, com escultura, pintura, desenho, documentos, fotografia ou instalação.

Artistas de várias gerações estão representados na exposição, desde Alberto Carneiro, com uma instalação logo à entrada, Mariana Gomes, Eduardo Viana Paulo Ferreira, António Soares, Jorge Barradas, Lino António, Diogo de Macedo, Mário Eloy, Maria Helena Vieira da Silva, José de Almada Negreiros, Fernando Lemos, António Sena da Silva, Pedro Valdez Cardoso, Rui Toscano, entre outros.

Questionada sobre o valor disponível para a aquisição anual de novas obras de arte pela Gulbenkian, a diretora revelou que desde há três anos se situa nos 500 mil euros, sendo que há seis anos esse investimento não ultrapassava os 150 mil euros.

Penelope Curtis revelou ainda que a partir de hoje vai começar a ser oferecido um cartão aos artistas representados na Coleção Moderna, que lhes dará livre acesso ao museu para acompanharem as mudanças sazonais da exposição permanente.

"É uma forma de homenagear os artistas e convidá-los a vir mais vezes ao museu", justificou a diretora.

Também anunciou o lançamento de um guia das coleções moderna e do fundador, um financeiro arménio que fez fortuna no início do século XX com a então emergente indústria petrolífera do Médio Oriente, e que, depois de ter residido em Istambul, Londres e Paris, acabou por se fixar em Lisboa.

Calouste Gulbenkian faleceu em 1955 e no ano seguinte foi criada a fundação que recebeu o seu nome, que passou a investir em várias áreas, entre elas a cultura, a educação e a ciência.

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