A revelação foi feita à agência Lusa pelo diretor do aeródromo, Pedro Barros Prata, depois de no início da semana a ANAC ter informado por carta da decisão de não validar "a repetição da prestação de serviços verificada nas anteriores edições", nas quais o aeródromo funcionou como base operacional da prova.

Na carta a que a Lusa teve acesso, a ANAC lembrou o "regulamento europeu 1070/2009, de 21 de outubro, de prestação de serviços de navegação aérea no céu único europeu" que define dever este "ser este objeto de certificação".

Advertiu a ANAC que a violação do disposto neste artigo "constitui uma contraordenação aeronáutica civil muito grave", facto que motivou Pedro Barros Prata a admitir à Lusa "nada poder fazer para alterar a decisão" da entidade reguladora.

Gerido pela Câmara da Maia e já com "quase todos os aviões que vão participar na prova lá estacionados", segundo o diretor, "não existe nem capacidade financeira nem tempo para dotar o aeródromo da capacidade exigida por lei".

Para que passe a estar certificado, explicou o responsável, o aeródromo de Vilar da Luz teria de possuir "um manual aprovado pela ANAC, investir mais de 200 mil euros em material meteorológico e de comunicação e formar pessoal, o que levaria, entre quatro e seis meses".

"Sem contrapartidas financeiras além da visibilidade que o evento confere ao aeródromo, onde as aeronaves ficariam estacionadas entre treinos e competição", o aeródromo, segundo Pedro Barros Prata, "não tem, de momento, capacidade para um investimento dessa dimensão".

A sexta etapa da Red Bull Air Race 2017 reconhecida pela Federação Aeronáutica Internacional (FAI) como o Campeonato do Mundo da aviação desportiva está marcada para o Porto, nela participando 25 aviões, distribuídos por duas classes: uma para pilotos consagrados (Master Class) e outra para novos talentos (Challenger Class).

A Lusa tentou contactar a assessoria de imprensa da prova mas, até ao momento, esta não se mostrou disponível para comentar o assunto.